Causou espanto dias atrás a notícia de que
o milionário Chiquinho Scarpa enterraria um automóvel de R$1,5 milhão no jardim
de sua casa conforme informado em seu “face book” e debatido por todo o Brasil.
A história de Chiquinho Scarpa é bastante
interessante e não menos bizarra. Herdeiro de uma família de industriais
Ítalo-brasileiros, Chiquinho nasceu, viveu e vive em berço de ouro e
protagonizou histórias mal contadas e conturbadas, principalmente com a Carola
de Oliveira.
Primeiramente vamos ver o carrão do
milionário, sonho de todos os motoristas do mundo inteiro. Com o pomposo nome
de “Bentley Continental Flying Spur” que poderia ser traduzido com
“Bentley Impulso voador continental” (“spur” do inglês significa “impulso” e
também “espora”) o carro cuja foto faço questão de inserir ao final desde
artigo, além de representar uma “fortuninha”, é sinônimo de status e elegância,
sendo possuído por pessoas não só de bom gosto, mas com muita grana. Só o IPVA
de um carro destes consome R$30 mil por ano, sem falar em seguro etc.
Posteriormente ele revelou que fizera
aquilo para chamar atenção sobre o problema da doação de órgãos. Todos falam da
importância da doação de órgão, mas poucos o fazem. Mas o “Enterro do Bentley”
chamou a atenção de todos o que trás à tona a questão do materialismo e do
consumismo excessivos de hoje em dia.
A juventude está carente de ensinamentos
mais espirituais e religiosos. Coisas duradouras que levaremos conosco na hora
de nossa morte.
A propósito, Transcrevo aqui um belo
trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo de Alan Kardec sobre o assunto:
“ A Verdadeira Propriedade – Pascal – Genebra – 1860 – capítulo 16 – 9 –
Verdadeiramente, o homem só possui como seu aquilo que pode levar deste mundo.
Do que encontra ao chegar e do que deixa ao partir, desfruta durante sua
permanência na terra. Mas, forçado que é a abandonar tudo, tem apenas o
usufruto e não a posse real. O que é, afinal, que ele possui? Nada do que se
destina ao uso do corpo e tudo que se refere ao uso da alma: a inteligência, os
conhecimentos, as qualidades morais. Isso é o que traz e o que leva, e que
ninguém tem o poder de lhe tirar, que servirá a ele no outro mundo, muito mais
do que neste. Dependerá dele ser mais rico em sua partida do que quando chegou,
visto que, do que tiver adquirido em bens morais, resultará sua posição futura.
Quando um homem viaja para um país distante, arruma sua bagagem de acordo com o
uso daquele país; não carrega o que lhe será inútil. Fazei , pois, o mesmo, em
relação à vida futura e fazei provisões de tudo o que poderá vos servir lá.
Ao viajante que chega a uma estalagem é
dado um bom alojamento, se puder pagar; àquele que tem pouca coisa, é claro um
pior; quanto àquele que nada tem é deixado ao relento. Assim acontece ao homem
quanto chega ao mundo dos espíritos: o lugar para onde irá depende de suas
posses; mas não é como ouro que pode pagar. Ninguém irá perguntar-lhe: quanto
tinhas na terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Mas
perguntam: o que trazes? Não será computado nem o valor de seus bens nem o de
seus títulos, mas, sim, a soma de suas virtudes; portanto, é desse modo que o
operário pode ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará o homem que,
antes de sua partida, pagou sua entrada no outro mundo com ouro, pois terá como
resposta: os lugares daqui não são comprados, são obtidos pelo bem que se fez;
com a moeda terrestre pudestes comprar campos, casas, palácios, carros; aqui
tudo é pago com as qualidades d’alma. És rico dessas qualidades? Sé bem-vindo,
e vai aos primeiros lugares, onde todas as felicidades te esperam. És pobre
delas? Vai para os últimos lugares, onde serás tratado de acordo com suas
posses”
Este lindo trecho do Evangelho Segundo o
Espiritismo de Alan Kardec nos inspira a cuidar bem da alma e procurar fazer o
bem, neste mundo materialista e consumista em que vivemos hoje.
Que nossa juventude possa, após os nobres
ensinamentos do Papa Francisco, praticar a solidariedade, o companheirismo, a
valorização das virtudes e a busca do conhecimento para que possam ajudar a
superar os graves problemas de nossa nação.
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