13 de setembro de
1931
Naquele dia
nascia Murilo Paulino Badaró, que hoje completaria 85 anos. Dia 13 é sinônimo
de saudade, pois, como de costume, comemorávamos seu aniversário com D. Lucy e
os irmãos. Depois inúmeros netos e bisnetos. Onde quer que ele esteja, tenho
certeza, está em paz, ao ver sua amada esposa bem de saúde e seus filhos
honrando seu nome.
Com
D. Lucy
O
exercício da política encantava papai, até porque vinha de um berço de
políticos altivos, honrados e respeitados. Seu pai, Badaró Jr. Foi Deputado
Federal por Minas Gerais entre 1956 e 1963. Seu bisavô, Francisco Coelho Duarte
Badaró comandou tropas legalistas na Revolução de 1842. Juiz de direito, foi
Deputado por Minas Gerais à Assembleia Constituinte de 1891, Deputado Federal
até 1893 e Embaixador do Brasil no Vaticano. Seu bisavô, José Bento Nogueira,
foi influente político mineiro e Senador Estadual de 1895 a 1898.
Sua
grande alegria era servir ao povo de Minas e do Brasil com responsabilidade, inteligência,
transparência e integridade. Seu trabalho frutificou e mudou a vida de muita
gente! Era um homem sério, mas de trato agradável e amável. Deixou muitos
amigos ao longo de sua jornada.
Fazia
política com “P” maiúsculo como neste momento acompanhado do seu companheiro
Jairo Magalhães.
Com Deputado Jairo
Magalhães
Nos
dias atribulados de hoje, sentimos falta de suas análises sobre o quadro
político e suas palavras tranquilizadoras de um eterno otimista. Pelo que lemos
nos jornais sobre as malversações com o dinheiro público, assalto aos cofres
públicos à luz do dia, destruição de empresas estatais, falta de ética e
corrupção desenfreada, realmente constatamos, que não há comparação entre Murilo
Badaró e muitos políticos dos dias de hoje.
Papai
tinha seu lado artístico também. Nos idos de 1952 encantava a todos no
Municipal, com sua poderosa voz de barítono sob o codinome de Ricardo Villas,
nas peças La Traviata e Il Pagliaccio. Adorava fazer serenata em Diamantina,
com seu companheiro Juscelino Kubitscheck. Tocava violão e arranhava o piano.
Mas o forte mesmo era o som que entoava em sua avantajada caixa toráxica!
Com Murilo Filho
Um dia que me marcou muito, foi a
ida a Boa Esperança no triste velório do Deputado Geraldo Freire seu adversário
da UDN, seu amigo fraterno. Dentro da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores em Boa
Esperança, em julho de 2002, vi pela primeira vez meu pai se emocionar. Chorou
ao fazer o discurso derradeiro na despedida do nobre amigo. Depois, na viagem
de volta, papai me contou: Henrique, esse foi um dos homens mais corretos que
conheci em minha vida. Adversário político, mas de caráter inquestionável,
leal, ético e verdadeiro.
Viajar
com papai era, além de uma aventura, uma aula a céu aberto. Ficava admirado de
ver o quanto era querido, principalmente em Nanuque, cidade que tinha guardada
no canto mais privilegiado de seu coração. Tive a honra de conhecer Geraldo
Romano, um líder daquela cidade. Companheiro nas acirradas disputas políticas
de Nanuque, tornou-se um dos melhores amigos de papai. Sem contar inúmeros
outros como o Louzi e companhia, um membro da família! Boas lembranças também
do Antonio Carlos Santos lima, vulgo “Toninho Prefeitura” e sua família, cuja
amizade, passou de pai para filho.
Foi
em Nanuque que comi o melhor “filet” do mundo, costumava dizer, no restaurante
da Braulina. Quando papai chegava, D. Braulina o recebia com um sorriso largo e
dizia: “Dr. Murilo, seu filet já esta saindo”. Impossível não lembrar-se do
pitu de D. Liu, servido num casebre na periferia, que posteriormente, virou um
famoso restaurante.
São
muitas as lembranças de Nanuque, cidade que aprendi a gostar com papai e onde
hoje tenho muitos amigos. Fico feliz de Nandes estar seguindo os passos do pai,
desta forma, Nanuque estará em boas mãos, para que os Nanuquences continuem
sendo essas pessoas maravilhosas, amigas, leais e companheiras para a vida
toda!
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