sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

BANCOS NO SERASA?

A atual crise financeira que abala o mundo tornou inadimplente vários bancos americanos e europeus que não têm recursos para honrar os depósitos de seus correntistas e aplicadores em fundos de investimento. Teríamos que perguntar: eles vão para um tipo Serasa mundial?No Brasil todos os cidadãos estão sujeitos ao “terrorismo” do Serasa. Lá, o Federal Reserve Bank (FED) e seu correspondente na União Européia já despejaram bilhões de dólares para socorrer instituições em apuros. Dentre as medidas anunciadas, o Governo dos EUA vai investir US$ 250 bilhões na aquisição de ações de bancos privados para reforçar a confiança pública no sistema financeiro.É bom ressaltar que, quando qualquer cidadão brasileiro é inscrito no Serasa, vê sua fonte de crédito secar e seu fim creditício é praticamente decretado. E olha que ele pode ter ficado inadimplente por uma ou duas parcelas de bens de consumo duráveis, uma geladeira, por exemplo. Lá, os bancos, especulam com dinheiro alheio, seus executivos recebem milhões de dólares em bônus (prêmio por produtividade ou resultado) e quebram, no dia seguinte.Segundo informou um jornal paulista, o valor pago em bônus aos chefes dos cinco grandes bancos de Wall Street, de 2003 a 2007, superou US$ 3 bilhões, equivalente ao triplo do que gastou o JPMorgan para comprar o falido Banco Bear Stearn. Pasmem leitores: só o executivo do Banco Merill Lynch embolsou, como pessoa física, entre 2003 e 2007 a bagatela de US$ 172 milhões.A ganância destes executivos é elevada à enésima potência, levando-os a serem mais agressivos em operações de alto risco. O próprio Congresso americano, na aprovação do pacote de ajuda financeira, incluiu cláusulas regulamentando e colocando limites a estes pagamentos.

A bolha imobiliária explodiu e seus efeitos vão ser sentidos no mundo inteiro. As conseqüências para o Brasil serão graves uma vez que a economia mundial está altamente conectada. A economia norte-americana, altamente dependente de crédito, está sem fôlego para financiar a demanda. Os EUA são os maiores importadores de bens de consumo da China. O país asiático é grande importador de produtos brasileiros, entre eles, minério de ferro e outras commodities agrícolas. Esta diminuição dos negócios americanos afeta o Brasil por tabela com a China pela diminuição das importações e também diretamente, uma vez que nosso país vendeu US$ 25 bilhões em 2007 aos americanos.O plano de resgate firmado pelos líderes da Zona do Euro vai liberar US$ 1,5 trilhão para conter a crise financeira. Somados ao Reino Unido e nações de Oceania e Oriente Médio, foram liberados o equivalente a US$ 2,4 trilhões. Eles erram e a gente paga o pato.Diante deste quadro, é melhor colocar a barba de molho e esperar para ver o que acontece.