sábado, 1 de dezembro de 2007

CPMF ou não CPMF, eis a questão!

A discussão sobre a prorrogação ou extinção da Contribuição “Provisória” Sobre a Movimentação Financeira – CPMF, marcada para terminar ao final deste ano, representa um divisor de águas no Brasil. A sociedade tem que mostrar o que quer e transmitir aos seus representantes no Congresso Nacional para que faça valer o voto que deu e terminar com este maldito imposto que onera toda a cadeia produtiva da economia brasileira e vai cair no “colo” de todos os brasileiros, indistintivamente. Infelizmente a batalha foi perdida na Camara dos Deputados onde o Governo Federal tem maior margem de manobra. Resta-nos a esperança da guerra no Senado. Porque o país gasta milhões de reais com eleições a cada quatro anos se nosso voto nada vale. Não posso crer que a população seja a favor deste imposto que é cumulativo e injusto. Vejo com bons olhos o aumento da conscientização da população e a manifestação de entidades de classe como a FIESP que conseguiu mais de 1.000.000 de assinaturas contra a prorrogação da CPMF.

Somados a todos os outros impostos, os números apresentados a seguir demonstram a voracidade e o apetite do Estado em sua cobrança. O brasileiro trabalhará em 2007 146 dias por ano apenas para pagar impostos (em 1986 eram apenas 86 dias). Como se não bastasse, trabalha mais 61 dias, em média, para cobrir a ineficiência do Estado ao ter que pagar por saúde, educação, previdencia, segurança, e pedágios por exemplo.

A título de comparação, os suecos trabalham 185 dias e os americanos 102 dias para pagar seus impostos. Não é preciso dizer que o nível de prestação de serviços públicos desses países não tem comparação com os realizados no Brasil.

A prorrogação da CPMF é indefensável sob qualquer ângulo. A arrecadação do Governo Federal vem aumentando muito ao longo dos anos e é preciso que a administração pública tenha mais eficiência nos gastos e na gestão. Não é possível conviver com gastos crescentes em custeio da máquina pública que se mostra emperrada e ineficiente para cumprir sua missão.

Vamos fazer a nossa parte e precionar nossos senadores para, em defesa da economia e dos interesses da população, votar contra a prorrogação da CPMF.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

CARTA A LUIZ CARLOS BRESSER - PEREIRA

Prezado Sr. Luiz Carlos Bresser - Pereira,

Li atentamente (como sempre) seu artigo intitulado "Terceiro mandato" na folha de cinco de novembro do corrente. Apesar da total concordância com sua opinião sobre a possibilidade de um terceiro mandato para Lula, tenho que discordar de algumas opiniões emitidas ao final quando compara o Brasil com os EUA.

Em primeiro lugar, o poder econômico nas eleições aqui é infinitamente maior do que o exercido na terra do Tio San. Aqui o voto é comprado mesmo, à luz do dia, com caixa dois e até caixa três. São raros os mandatos conquistados pelas posições ideológicas, opiniões e proposições. Pesa neste ponto o fato de o Brasil ter eleições a cada dois anos, o que é uma aberração em se tratando de país pobre e carente em muitas áreas. Além de seu elevado custo, o pleito de dois em dois anos transforma o país num verdadeiro "cassino eleitoral". A disputa acirrada nos municípios e para as câmaras de vereadores coloca a seus vencedores a possibilidades de "tirar o pé da lama" na eleição de deputados estaduais e federais, Governadores e Senadores, ao vender os votos de seus municípios.

Em segundo lugar, a classe média brasileira não é grande e vem encolhendo a cada ano, vivendo sob a ditadura fiscal e a ditadura dos bancos. Arca com alta carga tributária e tem serviços públicos caros e ineficientes. Por outro lado, assiste passivamente ao abuso praticado pelos bancos, seja nas taxas de financiamento exorbitantes, seja na cobrança de taxas e serviços inaceitáveis, tudo regulado pelo Banco Central.

A Classe média precisa reagir e é por meio do voto que ela o fará, por exemplo, não deixando voltar ao congresso nacional deputado ou senador que vota pela prorrogação da CPMF ou qualquer outro aumento de impostos.

Esperando ter contribuído para o debate, renovo protestos de estima e consideração com que me subscrevo,

Atenciosamente,

Henrique Prado Badaró
hpbadaro@gmail.com
Economista – MG – MBA – University of Saint Thomas – USA

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O IRAQUE É AQUI

Todos as noites, nos principais noticiários televisionados, assistimos às tristes notícias vindas de alguns países estrangeiros, incluídos no cotidiano do brasileiro pela força da mídia, como Iraque e Israel. O primeiro invadido pelos Estados Unidos da América sob pretexto de produção de armas de destruição em massa e o segundo em meio a uma interminável disputa de uma rivalidade histórica e sanguinária.

A pergunta que temos que fazer é: qual é o interesse da maioria do povo brasileiro nesta questão internacional que teimam em nós empurrar goela abaixo todas as noites?. Não existem outras notícias de interesse? Ou será que estão querendo desviar nossa atenção para os graves problemas vividos internamente? Principalmente a questão da violência e do pífio crescimento econômico. E as coisas boas que acontecem no país?. Ninguém divulga! As soluções que são dadas, principalmente pelo terceiro setor, com criatividade, até porque a falta de recursos é grande, têm um destaque menor.

Outro fato que impressiona bastante é a propaganda governamental. Um verdadeiro escândalo!. O volume de recursos envolvidos nas propagandas oficiais nos deixa estarrecidos. Primeiro pela cara de pau dos governantes em, literalmente, jogar dinheiro fora. Em segundo lugar: qual é a vantagem de se vangloriar da execução de projetos cujos recursos estão assegurados no orçamento?. Ou seja o Governo deveria ser proibido de fazer propaganda de obras públicas. Estas por si só já a seriam.

É muito fácil fazer obras e ações com dinheiro em caixa. O difícil e ter criatividade para enfrentar os problemas estruturais que nos temos, como por exemplo, ter coragem de baixar a carga tributária e acreditar mais no Brasil e perder o medo de crescer e distribuir renda. Existem segmentos hoje no Brasil aos quais pouco importa se o país está crescendo ou não. Seus altos salários serão depositados do mesmo jeito. Enquanto isso, as empresas, preferem aplicar seus recursos no mercado financeiro ao invés de se arriscarem no árido campo da competição. A própria FEBRABAN, por meio de seu presidente, já deu declarações contra o atual patamar da taxa SELIC. Toda a economia feita pelo Governo com o superávit fiscal foi anulada por esta taxa de juros maluca, que só faz transferir renda dos contribuintes para os aplicadores de dinheiro. Com esta política que está aí, o Brasil vai continuar patinando. Juntando tudo isso com a grave situação da fragilidade da segurança pública e dos alarmantes índices de violência (111 mortes por dia em 2003 por homicídio doloso, 96 tentativas de homicídio diárias e 1693 casos diários de lesão corporal[1]), temos a sensação de que o Iraque é aqui!

(*) Economista – MBA Houston – USA – Presidente da Ong Oportunidade.





[1] Ministério da Justiça - http://www.mj.gov.br/senasp/pesquisas_aplicadas/mapa/rel/b_delit_tab2003.ht

SALÁRIO NÃO É RENDA

O Governo Federal alardeia, orgulhoso, ter feito um aperto monetário e obtido um superávit primário de R$93,51 bilhões em 2005. É a maior farsa praticada pela autoridade monetária, que favorece banqueiros aproveitando o desconhecimento e a inércia da grande maioria da população. Só de juros, pagou no mesmo ano R$157,2 bilhões. Ou seja, transferiu dinheiro dos contribuintes, para os aplicadores de dinheiro no mercado financeiro. Segundo Márcio Pochmann[1]: 70% dos juros destinam-se a apenas 20 mil famílias. E Carlos Lessa[2] complementa: “o Governo pratica a mais brutal concentração de renda do planeta”. A dívida deve ser paga, mas não com o aumento da carga tributária e sim com o corte de despesas de custeio da máquina estatal e a redução dos juros cobrados pela dívida.

Esta é a pergunta que fazemos todos os dias, inclusive o Vice-Presidente da República, José Alencar: porque os juros no Brasil são tão altos?

Alguns técnicos alegam que se ocorrer uma baixa expressiva dos juros, haverá fuga de capitais para outros mercados mais atraentes. Acontece que o cenário agora é outro. O Brasil experimenta um período de estabilidade econômica, com a inflação sob controle, reservas cambiais elevadas (US$57,4 bilhões)[3] e balança comercial gerando superávits expressivos, mesmo com o dólar fraco em relação ao Real.

Com a diminuição dos juros, o Governo poderia reduzir a carga tributária que se encontra em 37,95% do Produto Interno Bruto - PIB[4], promovendo um maior aquecimento da economia, que teve crescimento medíocre em 2005. E mais, poderia deixar de tributar salários, porque “salário não é renda”, e tributar mais os lucros dos bancos por exemplo. Uma olhadela na composição da arrecadação mostra isso claramente: em 12 meses, de out/04 a set/05, a tributação sobre o que eles chamam equivocadamente de “imposto de renda”, representou 16% to total da arrecadação, enquanto a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSSL 3,42%. Ou seja, o Governo sufoca o assalariado e deixa solto o sistema financeiro que apresentou lucros jamais vistos. Os cinco maiores bancos brasileiros – Bradesco, Itaú, Unibanco, Banco do Brasil e Caixa – lucraram R$18,4 bilhões em 2005, o maior resultado da história do sistema bancário brasileiro[5]

É cristalino como água de Bonito em Mato Grosso do Sul que o atual sistema não favorece a maioria do povo brasileiro que precisa reagir. A próxima eleição é o momento para começar a mudar, escolhendo criteriosamente os Deputados Federais, Estaduais, Senadores e Presidente da República, porque é do parlamento com a nossa pressão é que virão as mudanças esperadas.
[1] Doutor em Economia pela Unicamp
[2] Ex-presidente do BNDES
[3] Dados de Fevereiro de 2006
[4] Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
[5] Economática

BRINCANDO COM PÓLVORA

Ao não punir exemplarmente os deputados que infringiram a lei eleitoral e cometeram outros crimes, a Câmara dos Deputados desafia a opinião publica e junto com ações desastrosas do executivo, começam a “brincar com pólvora”.

O país hoje está fragmentado em vários grupos, cujas divisões visivelmente delineadas, lutam por seus mais diversos interesses. De um lado as elites, enchendo seus bolsos com os juros estratosféricos pagos pelo governo federal aos aplicadores de títulos públicos. Refratárias às mudanças, querem manter o “status quo”. A classe média vai encolhendo cada vez mais, perdendo qualidade de vida e tendo seus recursos sugados pela voracidade da carga tributária e pelo pagamento dos juros acima.

O poder judiciário assiste a tudo, nada fazendo para alterar o quadro de letargia e morosidade da justiça brasileira.

O poder executivo, por sua vez, dá continuidade à política econômica do governo passado, que criou as bases para o desenvolvimento. Entretanto, não inova, não ousa e os problemas antigos persistem. A falta de investimento em infra-estrutura funciona como um freio ao desenvolvimento desejado pela sociedade brasileira. O Governo insiste em tratar a micro e pequena empresa como grande, impondo-lhe todo tipo de burocracia e asfixia tributária, isto sem falar na falta de políticas de crédito.

Por outro lado temos ainda o crime organizado e a bandidagem que espalham terror pelas terras brasileiras, não respeitando ninguém. Soma-se a isso grupos altamente organizados como o MST e movimento dos sem teto, que cometem todo tipo de ilegalidades.

Cada grupo lutando por seus interesses e no meio do fogo cruzado a maioria da população brasileira. Homens e mulheres de bem que se desencantam com as atitudes antiéticas de seus representantes e vêm seus filhos sem nada fazer, ociosos em casa por causa do desemprego e da falta de programas e cursos profissionalizantes voltados para eles.

À margem está um grupo amorfo ao qual o governo federal destina bilhões de reais em bolsa família. Estes recebem migalhas dos banquetes do palácio do planalto. Ações como estas são louváveis, mas devem ser transitórias. O que dignifica o homem e lhe traz independência é o trabalho e este só será criado se as empresas estiverem robustas para contratar. Além disso, o programa bolsa família não pertence ao Governo Federal nem ao PT e sim a toda a sociedade, pois o dinheiro destinado a ele provem do seu bolso.

O Brasil precisa de um governo sério para implementar as mudanças estruturantes que precisamos e que pare de “brincar com pólvora”

(*) Economista – MBA – University of Saint Thomas – USA – Presidente da ONG Oportunidade.

TOLERÂNCIA ZERO, VIGILÂNCIA 100%

(*) Henrique Prado Badaró

Em 1993 quando foi eleito Prefeito de Nova York, Rudolph W. Giuliani implementou o mais famoso e eficaz programa de combate à violência urbana denominado “tolerância zero”. Ao criar um sistema informatizado de acompanhamento estatístico dos crimes e dando mais poder aos Delegados espalhados pelas várias delegacias da cidade, para tomar decisões rápidas e utilizarem as mais modernas técnicas de combate à violência, o alcaide conseguiu reduzir, na sua gestão, os crimes de maneira geral em 57%, sendo que homicídios caíram 65%.

O acompanhamento semanal das estatísticas permitiu ao comando da Polícia de Nova York identificar “tendências” de aumento de criminalidade antes que virassem “ondas de criminalidade”.

Numa visita à página na internet da Polícia de Nova York, vamos ver coisas interessantes como a seção de “elementos mais procurados” com suas fotos estampadas para toda a população ver[1], além das estatísticas aqui mencionadas.

Quero chamar atenção para o fato de que não basta as forças de segurança atuarem contra a violência. A população tem que participar ativamente.Como? Denunciando. A criação e o aumento de números de disque-denúncia já foi um grande avanço, estabelecendo um canal para que a sociedade possa ajudar a polícia a capturar e trancafiar criminosos. Como dizem por aí, quando a mulher está esperando o filho, não existe “meio grávida”. Ou você está do lado do crime ou do lado do bem. Vamos denunciar mesmo. Fique atento às movimentações de sua rua. Qualquer situação suspeita comunique imediatamente à polícia.

Li nos jornais que São Paulo “produz” 500 presos por mês. Quantos não serão produzidos por aqui também?. Para se contrapor a esta situação, os Governos têm que atuar implementando ou incrementando programas voltados para os jovens, dando-lhes uma educação de qualidade, capacitação profissional, propiciando laser e tudo o mais que uma pessoa precisa nesta faixa etária.

Vamos fazer nossa parte. A polícia impõe “tolerância Zero” e nós “Vigilância 100%”.

(*) Economista – MBA – University of Saint Thomas – USA – Presidente da ONG Oportunidade.
[1] http://www.nyc.gov/html/nypd/

SERVIÇO DE BORDO

(*) Henrique Badaró

“O turismo é o encontro de todas as competências“[1]. Com um desenvolvimento a passos largos, o turismo brasileiro, sob o comando do “entusiasmado”[2] Ministro Walfrido, vai mostrando sua cara. Com uma receita cambial mundial de US$514,4 bilhões[3], e no Brasil de US$3,3 bilhões[4], este segmento vai se firmando como grande gerador de negócios e emprego e renda. Mas não vamos nos ater às estatística e ir direto ao ponto chave: o maior desafio do administrador público hoje, em qualquer esfera da administração pública (federal, estadual e municipal), é a criação de postos de trabalho. O segmento do turismo é intensivo em emprego de mão-de-obra (não dá pra robô servir cafezinho!) e ao contrário do que parece num primeiro momento, é um setor muito sensível. O que faz o diferencial é o serviço. As questões de infra-estrutura e qualidade são básicas, sem as quais, o empreendimento não prosperará. Entretanto, um serviço mal executado ou um deslize do funcionário, vai espantar aqueles clientes para sempre. E, se aplicarmos aquela máxima do marketing de que: “um cliente satisfeito divulga para mais um e um insatisfeito divulga para mais nove”, constatamos que só com muito profissionalismo poderemos atingir metas audaciosas. O poder público deve dar todo o apoio ao segmento para a superação de obstáculos e dificuldades, (o Brasil participa com apenas 0,59% do fluxo mundial de turistas[5]) com programas de treinamento em todos as etapas da cadeia produtiva do turismo. Desde as aeromoças, passando pelo pessoal dos aeroportos, taxistas, funcionários de hotéis e a população em geral.

Uma das características positivas do turismo é a capacidade de empregar pessoas idosas, muitas vezes discriminadas em outras funções. Isto é muito bom, quando assistimos o aumento significativo destas pessoas precisando trabalhar, seja em função do aumento da expectativa de vida ou da própria crise de empregabilidade.

Um bom programa de turismo requer investimentos maciços. Não é o caso da política brasileira, quando o ministério do turismo tem que pilotar um orçamento reconhecidamente exíguo. Não resolve pois estamos competindo com nações onde o turismo é “estratégia nacional”. Temos que adotar uma política e divulgação agressiva nos quatro cantos do mundo. Uma idéia seria montar uma equipe de jovens treinados e motivados, com ferramentas de multimídia, para sair viajando o mundo pelas universidades, fazendo palestras sobre o Brasil, mostrando nossas lindas paisagens e atrações turísticas a um público jovem e certamente consumidor deste produto, se não imediatamente, mas num futuro próximo.

Outro ponto de fundamental importância é o aumento da segurança pública nos locais de atração turística. Os crimes cometidos contra turistas atuam como verdadeiros destruidores da imagem do país lá fora, afastando muitos turistas em potencial. Esta é uma definição de política estratégica de governo e a sociedade deve apoiar toda iniciativa neste sentido. Afinal de contas, em última instância, é o nosso dinheiro que estão investindo lá.

Existem muitas idéias e muitos projetos. Mas é preciso pô-los em prática, agir. Uma ação que é um bom exemplo disso, e caminha na direção de organização da classe, buscando profissionalismo, capacitação e movimentação do setor foi a inauguração da sede do BH Convention & Visitors Bureau, sob a batuta de sua eficiente presidente Érica Campos Drumond e com o apoio de todas as entidades e pessoas ligadas ao turismo, dentre elas o titular da pasta do Ministério do Turismo, a Secretaria de Turismo de Minas Gerais e o Vice-Prefeito Ronaldo Vasconcellos. Estive na inauguração em companhia do meu fraterno amigo André Simoni (Pantheon Engenharia) e na chegada aconteceu conosco um fato inusitado: subíamos no elevador com a dupla de garçons irmãos, Ernando e Ernane Campras, que carregavam em suas bandejas um suculento espumante. Qual não foi nossa surpresa, quando, contagiados pelo clima de alto astral que reinava, gentilmente, ofereceram nos uma taça num verdadeiro “serviço de bordo”. Sorvemos-la prazerosamente.

(*) Economista – MBA – University of Saint Thomas – Houston Texas - USA
[1] O autor
[2] Entusiasmo = palavra grega que quer dizer Deus dentro de você!
[3] Organização Mundial do turismo (OMT) - 2003
[4] idem
[5] idem

O BRASIL QUER MAIS

O Brasil é um país tem grandes possibilidades e potencialidades. Se Lula chegou à Presidência da República Federativa, você pode ser o que quiser. Você que estudou, se preparou, de dedicou à sua profissão, ao seu trabalho, à sua causa, pode realizar todos os seus objetivos.

Governar o Brasil não é tarefa das mais simples. É um país em desenvolvimento. Complexo. Repleto de carências variadas. Das mais básicas às mais complicadas. Chegar à Presidência da República por si só já representa um grande feito. São poucos que a alcançam. Mas a distancia é grande entre chegar lá e fazer um bom governo.

Não é que Lula é ruim. O presidente é uma pessoa bem intencionada e de grande valor. A questão é que o brasileiro quer mais. Não quer a mediocridade. Não que apenas comida. Brasileiro quer crescer, desenvolver-se, formar patrimônio e competir num mundo globalizado.

Nossa juventude não vai competir apenas internamente. Vai competir globalmente. Esta preparação só vem com muito investimento em educação. Não é o que está acontecendo hoje! Os gastos assistencialistas estão se elevando muito em detrimento dos gastos qualitativos como educação, tecnologia, infra-estrutura e pesquisa e desenvolvimento.

A política puramente assistencialista deve ser emergencial e não um fim em si mesmo. Se quiserem permanecer no atraso, mantenham esta política. Tratem as pessoas como animais, apenas dando-lhes comida. Mas se quiserem mudar, dê-lhes emprego, busque desafios, alimente os sonhos.

Como dar emprego? É só parar de dar dinheiro para banqueiro e aplicadores do mercado financeiro. Faça uma redução de juros radical, elimine gastos superficiais de despesas correntes. Aumente investimentos em infra-estrutura e faça uma drástica redução da carga tributária. Desonere a folha de salários e diminua a burocracia, principalmente para as micro e pequenas empresas. A queda inicial da arrecadação seria compensada pela redução da despesa com juros da dívida.

O Estado brasileiro acabou ficando maior que o próprio país. Ele “sobra” em 8.511.965 km2. Não cabe mais e o custo está muito elevado. A sociedade não agüenta pagar mais. É uma questão de sobrevivência. Mudanças são possíveis com pessoas certas nos lugares certos. Vote certo. Vote consciente para mudarmos os rumos deste país. No rumo atual, estamos em rota de colisão.

(*) Economista, MBA pela University of Saint Thomas – USA – Presidente da Ong Oportunidade

BIG BROTHER GLOBAL - BBG

Num desconhecido planeta a 250 anos luz da terra, Hobak fala para seu companheiro Maruck: Vamos ver o big brother global da terra? Maruck responde: vamos ver o que eles estão fazendo hoje. A continuar como estão a terra não vai durar muito mais tempo. É, respondeu Hobak, sem contar as atrocidades que vêm acontecendo como a violência sem limites no Brasil e as guerras pelo globo.

Vamos dar uma olhadela na Guerra do Iraque, propôs Hobak. Ao olhar para lá, os dois viram o país à beira da guerra civil. Centenas de mortes todos os dias. Uma verdadeira carnificina. Porque está assim? perguntou Maruck. A situação é fruto, principalmente, da irresponsabilidade da política norte-americana de, ao tentar dominar as reservas de petróleo, invadir o país e querer impor um regime democrático, numa nação fundamentalista que não possui esta cultura e segue, cegamente, os seus líderes religiosos. E quando vai acabar esta guerra sangrenta? indagou Maruck. È difícil prever, uma vez que os Estados Unidos se meteram numa enrascada. Se saírem agora vão carregar na história mais uma derrota, a exemplo da guerra do Vietnam. Se ficarem do jeito que está vão enterrar cada vez mais dinheiro e vidas.

Vamos mudar agora para o canal do Brasil, tenho muito interesse naquele país, falou Hobak. Ok, respondeu Maruck. Ao sintonizar no Brasil, os dois ficaram escandalizados com a violência urbana. Em seus longos séculos de vida nunca tinham visto nada igual ao caso do menino arrastado pelas ruas no Rio de Janeiro. Maruck pergunta: porque será que a violência está aumentando tanto e ficando cada vez mais desumana? Este assunto é muito complexo, respondeu Hobak. Veja por exemplo o caso da impunidade. Os bandidos estão soltos e intimidam uma população indefesa, fragilizada e desprotegida. Apesar do esforço da polícia, eles surgem com ervas daninhas com as chuvas de Verão. Acontece Maruck é que existe muita corrupção no Brasil e ela está entranhada em várias esferas da sociedade. No executivo, no legislativo, no judiciário e nas forças de segurança. Infelizmente o mau exemplo vem de cima E as drogas e contrabando de armas? perguntou Maruck. Estes dois fatores são os que mais alimentam a violência e a corrupção. Como solucionar isso? Perguntou Maruck. A solução não é simples e exige um grande esforço do poder público e da sociedade brasileira. Primeiramente, o Governo deve educar seu povo. Não com uma educação superficial, mas profunda, com prova de conhecimentos rigorosa. Em segundo lugar, continuou Hobak, o Governo deve ocupar os locais de grandes aglomerações como as favelas. Propor e implementar políticas de controle de natalidade e levar atividades culturais e esportivas aos seus moradores. E as fronteiras? Interrompeu Maruck. Neste caso, respondeu Hobak, a Polícia Federal deveria vigiar melhor as regiões limítrofes do Brasil para impedir a entrada de drogas e armas. Isto requer investimento e vontade política. Mas tem outra medida que eu considero bastante eficaz, complementou Hobak: valorizar os bons policiais com pagamentos justos e maiores incentivos de carreira. A sociedade precisa exigir isso. E banir de uma vez por todas a “banda podre” da polícia.

Porque não damos uma olhadela agora no que os participantes brasileiros do big brother global estão fazendo com relação ao meio ambiente. Será que estão engajados na luta contra o aquecimento global? Sugeriu Maruck perguntando. Um dos fatores de agravamento do efeito estufa é a questão das queimadas. A eliminação deste tipo de prática deveria estar nas prioridades do Governo. Digo a você Maruck, o Brasil tem que adotar a política do “desmatamento Zero” nas áreas de florestas nativas. No jeito que está vão perder a floresta Amazônica em poucas décadas.

Outro fator importante complementou Hobak é que todo brasileiro seja de que idade for, se conscientize acerca de seu papel na defesa do meio ambiente. Como? Indagou Maruck. Ora, privilegiando o uso de combustíveis renováveis, reciclando e mais importante, não comprando produtos de empresas poluidoras. É, tem razão Hoback, os participantes do Big Brother Global não sabem a força que têm, não é mesmo? Falou Maruck. É tem razão, complementou Hobak. Bom, agora vamos desligar a TV porque temos que preparar nosso prato predileto: Coxas de Sprectodomus, ao molho de sucuraviosvisk, acompanhado de lentilhas de verdurock. Depois voltaremos a assistir o BBG. Valeu, estou faminto, completou Maruck.

(*) Economista, MBA pela University Of Saint Thomas - USA

Exército de Digitadores

O avanço da tecnologia criou no Brasil e no mundo um verdadeiro exército de digitadores a serviço do sistema financeiro. Explico: Com o aumento do uso de máquinas de auto-atendimento, uso de internet e agora celulares, os bancos conseguiram tirar o cliente de dentro da agência, permitindo que estes realizem suas operações de fora dos estabelecimentos bancários. E todas as informações são digitadas pelos próprios clientes.

Isto possibilitou aos bancos uma redução significativa de seu quadro de pessoal, gerando uma economia de bilhões de reais. Percebe-se nitidamente uma piora nos serviços de atendimento quando a pessoa tem que ir aos caixas que, atendendo quase sempre em número reduzido, obrigam o cliente a ficar muito tempo nas filas. Este fato tem motivado a elaboração de Leis municipais, obrigando as instituições a atenderem em menos de 15 minutos. Lei esta que não tem aplicabilidade porque são poucos consumidores que têm tempo ou paciência para registrar reclamação nos órgãos competentes.

Estas colocações são um protesto contra a cobrança das taxas bancárias. É realmente um absurdo o que os bancos cobram de taxas e sua representação em termos financeiros em seus balanços. Como se não bastasse a cobrança dos maiores juros do planeta, que geram elevados lucros líquidos, os bancos ainda têm que “esfolar” os clientes com a cobrança de taxas fixadas sabe-se lá com qual critério. Além disso, todo ano são reajustada ao bel prazer e pesam no bolso do consumidor.

Como reagir? A primeira forma é pressionando deputados e senadores para alterarem a legislação bancária. A outra é a organização dos consumidores para pressionar os Procons para verificar e coibir taxas extorsivas. O que falta? Uma maior conscientização da sociedade para ficar alerta e não deixar este verdadeiro assalto ao bolso do consumidor detentor de contas bancárias.

(*) Economista – MBA – University of Saint Thomas - USA