sábado, 19 de outubro de 2019

Miserê, o combustível para a revolução

A gravação da fala de um Procurador de Justiça de Minas Gerais, numa reunião interna do Órgão, causou espanto e indignação nos brasileiros. Um Servidor Publico chamou de “misere” um salário mensal de R$24.000,00.
A indignação da nação brasileira a esta afirmação pode ser o estopim da revolução que o Brasil precisa.
Uma análise mais detalhada dos valores pagos a servidores públicos atualmente vai justificar minha afirmativa acima.
O Brasil tem hoje 11.492.153 funcionários públicos pagos pelos contribuintes. Este número cresceu 83% em 20 anos! Só Minas Gerais tem 1.258.692 funcionários pagos pelo contribuinte. É sempre bom lembrar que o Governo não gera “um” centavo de riqueza. Apenas arrecada via tributos do que a economia produz. Nos Municípios o crescimento foi de 175% de 2,4 milhões para 6,5 milhões de funcionários. Não vamos esquecer que foram criados 1456 novos municípios de 1985 a 2003. 40% desses funcionários atuam na área médica e educacional, realizando serviços essenciais à população.
O estudo feito pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela que em 2017 foram gastos R$725 bilhões para pagar os servidores ativos da União, Estados e Municípios. De 9,6% do PIB em 2006, esses gastos representaram 10,5% do PIB em 2017. Servidores federais ficaram com R$175 bi, Estaduais com R$287 bi e Municipais 257 bi.
Ao compararmos salários vamos verificar que a remuneração dos servidores do judiciário é o dobro da remuneração dos do Executivo Federal. Os funcionários municipais registram a menor remuneração media. Nos Estados, os funcionários do Executivo ganham 40% dos do judiciário e 51% dos do legislativo.
O Servidor Público Federal no Brasil percebe um salário 96% maior que os do setor privado.
A administração pública é conduzida por políticos eleitos pelo povo. Ou seja, nas duas esferas, executivo e legislativo, se tem alguém lá, foi colocado por nos eleitores.
Ai e que está o “x” da questão: qual é a qualidade dos Serviços pagos pelo contribuinte? Como essas pessoas estão administrando nosso dinheiro?
Ao examinar o atual estado da economia, os problemas vividos pelo nosso povo e a pobreza que o país se encontra, afirmo que a qualidade da administração pública deixa a desejar.
Ressalte-se que não estamos falando mal de funcionário público. Aliás, o funcionalismo público do Brasil é de altíssimo nível e para ingressar na carreira tem que passar por concursos dificílimos.
No caso aqui, falamos da alta administração, que normalmente é indicada politicamente.
O problema é que o Estado brasileiro se agigantou tanto e a distribuição de renda é ruim, que ficou caro para o povo.
Você pode estar-se perguntando: e a revolução?
O Banco mundial divulgou um detalhado estudo sobre o funcionalismo público no Brasil e nele recomenda a redução dos salários dos mesmos.
Em artigo intitulado “subiu no Telhado” de 21/01/2018 (http://hpbadaro.blogspot.com/2018/01/subiu-no-telhado.html) eu recomendava o cumprimento do Art. 37, inciso XI da Constituição Federal: nenhum servidor público pode ganhar mais de R$33.763,00 que é o salário de um Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Vamos exigir o cumprimento da Constituição e marcar a data para o enquadramento de todos, ou seja, 01/01/2020. Vamos exigir, mobilizar, vamos às ruas com foco neste objetivo até sermos atendidos.

Assim teremos mais recursos para resolver os graves problemas que nos assolam como saúde, segurança, educação, e, principalmente, trabalho digno para os brasileiros.