sábado, 31 de dezembro de 2011

COMO AVALIAR SEU DEPUTADO

A Revista Veja da Virada (edição 2249 – ano 44 – no. 52 – 28/12/2011) traz importante matéria sobre o desempenho dos Deputados Federais criando o “Ranking do Congresso”. É uma boa forma para avaliar o que seu Deputado está fazendo em Brasília. Já se foi o tempo que o Vale do Mucuri e do Jequitinhonha tinham Deputados realmente engajados com os interesses do seu povo. Hoje, a maioria dos representantes atua como homem de negócio cuidando de seus próprios interesses. Com a participação do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Rio De Janeiro- IESP/RJ e do Núcleo de Estudos sobre o Congresso – NECON- RJ, foram criados oito critérios de avaliação: 1. Defesa de uma carga tributária menor – ou seja menos impostos a pagar 2. Investimento em infra-estrutura: estradas, portos e aeroportos 3. Qualidade da gestão pública 4. Combate à corrupção 5. Qualidade da educação 6. Marcos Regulatórios estáveis e agências reguladoras fortes e independentes 7. Diminuição da burocracia 8. Equilíbrio entre os três poderes Tudo que acontece em nosso país e, diretamente com nossa vida, tem a ver com a atividade dos parlamentares, seja em Brasília ou na Assembléia em Belo Horizonte. Daí a necessidade de estarmos vigilantes e acompanhando sua atuação. Quando o parlamentar deixa de defender os interesses do povo, você, de alguma maneira, paga a conta. Um caso exemplar, e objeto da avaliação do ranking, é o caso dos impostos. Quando criaram o absurdo do imposto do cheque – CPMF, com o pomposo nome de “contribuição provisória sobre a movimentação financeira”, você foi literalmente “garfado” por um imposto injusto, do ponto de vista fiscal, pois tributava a todos de forma linear, sem levar em consideração o nível de renda do contribuinte. Felizmente este imposto foi banido no cenário nacional. Tentaram ressuscitá-lo dentro da votação da emenda 29 (da saúde) mas, com a participação de Deputados comprometidos com os interesses da nação, foi novamente reprovado. Para orgulho dos mineiros, o primeiro Deputado mais bem avaliado da lista é o Deputado Federal Eduardo Barbosa. Parabéns a este nobre representante das minas gerais que certamente terá o reconhecimento do povo mineiro nas próximas eleições. Entre os trinta melhores “rankeados” temos ainda, em 16º. Lugar, o Deputado Federal Paulo Abi-Ackel. Este jovem Deputado, herdeiro de uma linhagem nobre de políticos brasileiros, defende, de forma clara e objetiva, os mais nobres interesses de Minas e da nação. Dos 15 melhores Senadores, onde Francisco Dornelles ocupa o primeiro lugar, não aparece nenhum mineiro. Por enquanto! É comum governantes recorrerem à prática do aumento de impostos sempre que aparecem despesas. No entanto, você, na sua casa, não pode simplesmente “aumentar” seu salário para cobrir um reforma. Tem que cortar gastos e economizar se quiser fazê-la. O Governo deveria fazer o mesmo: cortar suas despesas para ter os recursos necessários aos investimentos requeridos para o crescimento do país. O Brasil tem muitos recursos em caixa. Já é a 6ª. economia do mundo, ultrapassando a Inglaterra. Dinheiro tem. Mas tem que saber gastar e gastar bem. Tem que investir em estradas, portos, aeroportos e logicamente em educação, saúde e segurança pública. É com a louvável e excelente participação de parlamentares como Eduardo Barbosa e Paulo Abi-Ackel que conseguiremos seguir em frente na construção de um país que seja orgulho das futuras gerações.

sábado, 5 de novembro de 2011

TECNOSEGURANÇA E CRACK

É cada vez maior o uso da tecnologia contra a criminalidade. Mas este emprego deve aumentar ainda mais nos próximos anos. Você leitor atento lembra-se que, recentemente, comentei sobre o uso das câmeras instaladas nas ruas flagrando roubos e acidentes de carro. A criminalidade continua elevada e este combate deve ser ininterrupto. O Governo tem que trabalhar em dois flancos: a prevenção e a repressão. O primeiro tem um importante componente que é a educação. O Código Penal (Decreto Lei 2848 de 7 de dezembro de 1940) deveria ser ensinado nas escolas, mostrando, de forma didática, as penas a que estão sujeitas, pessoas que cometem crimes. A atuação da polícia deve ser cada vez mais descentralizada. O policial deve conviver e conhecer o cidadão, identificando “tendências” e pequenos desvios de conduta. Soma-se a isso o emprego de patrulha ostensiva nas ruas para inibir qualquer “vontade” ilegal. Esta cada vez mais claro que a droga é a causa de muitos crimes no Brasil. Para saciar o incontrolável vício, jovens desgovernados praticam todo tipo de crime com conseqüências desastrosas. Cometem furtos, latrocínio e homicídios. São causadores e também vítimas da guerra do tráfico. Vemos diariamente nos noticiários que o consumo do crack aumenta em níveis alarmantes, não respeitando classe social ou tamanho de município. O combate ao uso e tráfico de drogas vai certamente diminuir o número desses crimes. A repressão, esta deve ser implacável para que as leis sejam cumpridas. Nota-se que o uso de armas de fogo em assaltos é determinante para o êxito do meliante, além de aumentar o risco de óbito da vítima. Tendo isso em mente, uma eficiente ação da polícia seria montar uma forte estratégia para rastrear as armas em posse de bandidos. Como fazer? Primeiramente, aumentar a fiscalização em Blitz pelas ruas e rodovias. Em segundo lugar instalar detectores de metal em locais públicos de grande movimentação como rodoviárias e escolas (veja o caso do massacre da Escola de Realengo no RJ em 7 de abril do corrente). Todos os transportes públicos deveriam ser obrigados a instalar também mecanismos de detecção de metais, evitando que criminosos entrem nos veículos portando armas de fogo. Outra idéia interessante, mas que teria que ser por força de lei, seria a exigência aos fabricantes de armas de colocar um chip no interior de todas as armas fabricadas no Brasil, para que possam ser rastreadas em tempo real pelas autoridades policiais. A polícia saberia onde a arma está pelo sistema, facilitando o encontro do criminoso. As armas importadas só poderiam entrar em território se satisfizerem a condição acima. A pouco tempo, um amigo mostrou-me aeromodelos fabricados na Rússia, equipados com câmeras de alta resolução, para uso das forças de segurança com aplicações e em patrulhamento de fronteira e combate a incêndios dentre outras. A segurança deve ser preocupação de todos e devemos estar sempre vigilantes conosco e com nossas famílias. Um velho ditado diz: a ocasião faz o ladrão. É a pura verdade. Então vamos diminuir ao mínimo as possibilidades para a atuação dos meliantes.

sábado, 22 de outubro de 2011

E C A – ESCOLA DE CORRUPÇÃO DE ADOLESCENTES

Infelizmente um estatuto que tinha tudo para dar certo, pode estar tendo o efeito contrário. O ECA – Estatuto da Criança e do adolescente, aprovado em 1990 pela Lei no. 8.069 tem 267 artigos para proteger as crianças e adolescentes brasileiros. Acontece que está proteção às crianças e jovens normais, está criando uma verdadeira escola de corrupção de menores. Como assim? Ao propor penas amenas aos crimes cometidos pelos jovens protegidos pela lei, cria um verdadeiro “mercado de marginais” que são recrutados pelo crime organizado e facilita sua participação em crimes comuns. Mas o que prevê o Estatuto? Dispõe sobre a proteção integral à criança, pessoa com até 12 anos e ao adolescente com idade entre 12 e 18 anos de idade. O Estatuto quer assegurar-lhes: “todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade” – Art. 3º. Os objetivos da Lei são louváveis e tem, sem sombra de dúvida, contribuído para um melhor tratamento às crianças e adolescentes. O problema começa no título III: Da Prática de Ato Infracional, que na Lei equipara-se à crime ou contravenção penal. Em seu Artigo 104 a lei diz que os adolescentes são penalmente inimputáveis: “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.” As estatísticas fornecem números alarmantes de crimes cometidos por adolescente diariamente. Os telejornais mostram menores portando armas, agredindo pessoas deliberadamente e sem motivo aparente, se enfrentando pelas ruas como verdadeiros animais enraivecidos. Cenas realmente degradantes. Falando nisso, acho que concordam comigo que, as televisões exploram, na maioria das vezes, só histórias de desgraça, crimes, brigas e violência. As boas ações raramente são mostradas. A sociedade tem que exigir uma mudança de posturas dos veículos de comunicação para levar matérias mais agradáveis ao público. Uma análise da situação das periferias das grandes cidades brasileira mostra um quadro preocupante e desalentador. Completamente abandonados pelo Estado, bandos de jovens despreparados e desorientados vagam pelas ruas e praças abandonadas, à mercê de todo tipo de ameaça, desde criminosos, pedófilos ou aliciadores do tráfico. O Estado deve sim oferecer aos jovens uma série de programas educacionais, recreativos e esportivos além de artísticos para que possam ocupar-se e construir um futuro mais promissor. Isso requer investimentos e vontade política. Existe sim um mecanismo interessante que é o FIA- Fundo da Infância e da Adolescência, desconhecido da maioria das pessoas e que poderia ser uma abundante fonte de recursos para os programas mencionados. Por meio do FIA, as pessoas físicas podem doar ao fundo 6% do imposto a pagar, representando assim uma renúncia fiscal do Estado. O FIA então, em conjunto com as administrações municipais e os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA) repassam os recursos para os projetos aprovados. Como podem perceber o Brasil tem um emaranhado jurídico e tem Lei para tudo, até para coisas boas. Basta apenas os deputados proporem as modificações necessárias no ECA evitando que algumas “maçãs podres” contaminem toda macieira.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Brasil e a crise Européia

A Crise Européia bate à nossa porta. Temos que estar preparados para não deixar esta grave crise, de proporções mundiais, atrapalhar a trajetória de crescimento do país ou anular todos os avanços econômicos alcançados até agora. Para entendermos como esta crise pode afetar o Brasil, temos que analisar sua origem. A crise atual na Europa, é causada, principalmente, por problemas fiscais. Aquele continente, sempre lembrado como região de altíssimo nível de desenvolvimento econômico, agora é sinônimo de turbulências econômicas, dúvida, desemprego, medo e desesperança. Alguns países europeus, como a Grécia, por exemplo, passaram a gastar descontroladamente, sem ter como se financiar por meio da arrecadação de impostos. Passou então a endividar-se cada vez mais. Isto foi suficiente para acionar o alerta vermelho dos investidores em nível global. Criou-se a suspeita de que, a exemplo da Grécia, muitos países europeus, estavam com seu endividamento descontrolado, ultrapassando 60% do PIB, conforme o Tratado de Maastricht de 1992 que criou a zona do Euro. Este fato teve impacto imediato na decisão dos investidores de evitar ações e títulos de bancos e governos da região. A desconfiança por parte dos investidores de paises da Europa tem origem em 2007, quando se suspeitava da bolha imobiliária nos Estados Unidos. A crise se confirmou em 2008, quando os Governos injetaram trilhões de dólares nas economias afetadas. A crise de 2008 agravou a situação dos déficits nacionais de países europeus que já eram muito elevados. Soma a isso um fato grave de tentativa de fraude envolvendo a Grécia e o Banco Goldman Sachs, quando tentaram um artifício contábil para esconder parte da dívida grega. A crise bate mais forte no chamado grupo dos PIIGS – Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, que executaram uma política fiscal frouxa e inadequada, gerando endividamento excessivo. Um agravante é que estes países possuem elevado déficit orçamentário o que agrava ainda mais sua situação econômica. As projeções da Economist Intelligence Unit, importante instituição de análise econômica global, indicam que os déficits desses países devem manter-se elevados nos próximos anos. Mas, como isso afeta a economia real do europeu, o dia a dia de nossos irmãos no velho continente? A desconfiança em relação à Europa já trouxe pânico aos bancos e investidores que, como gazelas fugindo de leões, vendem seus ativos europeus e limitam crédito às empresas e pessoas físicas européias. Sem crédito para a produção e consumo, e praticamente sem investimentos estatais, diminui-se o giro financeiro da economia, levando a um círculo vicioso e até uma recessão, com queda na produção e desemprego. É necessário então um ajuste fiscal rigoroso por parte do Governo com o congelamento e a redução de benefícios, e redução de salários de funcionários públicos, além do corte de investimentos estatais. Esses países ainda estão mais engessados, pois não podem desvalorizar suas moedas, o que aumentaria suas exportações, haja vista que esta desvalorização afetaria países da zona do Euro cujas economias estão saudáveis. Como isto afeta outras economias como o Brasil? A diminuição do poder de compra da Europa, um dos maiores consumidores do mundo, reduz a importação de bens e serviços afetando diretamente os paises que para lá exportam como é o caso do Brasil. Sr.Presidente, Srs.Deputados, o alerta vermelho está aceso. Não deixemos o atual “conforto” da economia brasileira nos ofuscar aponto de não estarmos preparados para o enfrentamento de uma crise que pode ser longa. Para o correto enfrentamento da crise, o Brasil tem que tomar, como vem tomando, medidas preventivas visando manter as variáveis macro-econômicas fortes e saudáveis. Sem se descuidar do dever de casa que é a manutenção do superávit fiscal, redução do endividamento do setor público e rígido controle da inflação, o Governo deve ser mais Criativo e ousado, promovendo redução da carga tributária e redução dos juros básicos da economia, estimulando investimento privado e mantendo o consumo elevado. Deve ficar atento à questão cambial pois o real muito valorizado prejudica as exportações e, o aumento das importações pode levar à uma desindustrialização nacional com reflexos nefastos para toda a sociedade brasileira. Sr. presidente, Srs Deputados. Sem me alongar mais, quero aqui renovar minha confiança e esperança nos destinos deste país, que tem se mostrado forte diante das mais complexas adversidades. Não basta apenas fazermos o dever de casa. Temos que ousar e ter consciência que estamos construindo um país para as futuras gerações de brasileiros e brasileiras que colherão os frutos de nosso trabalho, e de nossas sementes plantadas. Vamos dar-lhes o exemplo fazendo as reformas que o Brasil precisa para se fortalecer e consolidar seu crescimento econômico e Social. O Congresso tem papel decisivo neste processo, como legítimo representante deste maravilhoso povo brasileiro, propondo soluções, debatendo os grandes temas nacionais e intransigentemente ao lado do nosso povo.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A VIDA POR UM PONTO

Meu pai sempre me dizia: Henrique, tudo de ruim ou de bom na vida começa com uma assinatura. Queria dizer que, o casamento civil ou a compra ou venda de uma fazenda, acontecem quando você da o “chamegão” lá. É a pura verdade. Um mau casamento pode levar o homem à ruína. Assim como uma boa companheira pode levar o homem à glória. Nos dias de hoje, sua vida pode estar por um ponto. Como? Na internet, se você digita um único ponto errado, vai parar num lugar onde não deseja. Se digitar um email incorreto, manda mensagens para quem não quer. Se perder a câmera, o celular ou o pen drive, pode ter informações pessoais divulgadas na “rede”. Quantas histórias já vimos pela TV reproduzidas em imagens comprometedoras de adolescentes em cenas inarráveis?

O que podemos aprender deste fato é que temos que dar atenção aos detalhes de nossa vida. Acompanhar o dia-a-dia de nossos filhos e pessoas queridas. Conversar com eles. Para que possamos detectar futuros problemas. Cuidar de nossa saúde com carinho. Ficando atento aos mínimos detalhes. Escutando nosso corpo que é a morada da alma.

Voltando ao caso da Internet. Veja a recente onda de ataques de hackers ás páginas do governo Brasileiro. Pasmem meus amigos, estamos diante de uma ameaça virtual às instituições públicas. Ninguém está a salvo. Até a página da CIA (Agência Americana de Inteligência) foi invadida. Os ataques são realizados por robôs eletrônicos acionados pelo computador do hacker. Estes robôs, em grande número tentam acessar um determinado site ao mesmo tempo. O servidor deste site só consegue dar conta de um número limitado de acessos. Sobrecarregado, o site se torna indisponível. Além disso, eles acessam informações privadas e podem divulgá-las. Podem ainda ter acesso a senhas e fazer transações não autorizadas em contas correntes de terceiros.

Tal como hoje líderes sindicais arregimentam seus companheiros para realização de greves e outros movimentos, os hackers convocam os robôs eletrônicos para realizar os “ataques”.

O Governo que se cuide e trate proteger as páginas que tanto servem ao povo brasileiro

quinta-feira, 23 de junho de 2011

CAIXAS ELETRÔNICOS

Em 2007 escrevi um artigo denominado: “como cortar o mal pela raiz” publicado no Estado de Minas. Naquela época, falava que, para serem eficientes, as ações de combate, a crimes, teriam que agir na raiz do problema, como, por exemplo, coibição ao roubo de cargas pelo combate aos receptadores. No caso dos pichadores (esta praga mundial), dizia que a venda de tinta aerossol (spray), devia ser proibida ou controlada.

Recentemente, o poder público fez exatamente o que recomendava a 4 anos: proibiu a venda de tinta spray a menores de 18 anos. (Lei 12.408 de 25/05/2011).

Remeto-me a este assunto para abordar um problema que aflige a população: o roubo de caixas eletrônicos. Não pense você que este problema não afeta aos nanuquenses. Ao ver os noticiários das Tvs, às vezes pensamos: ah, isso não me atinge. Ledo engano. A onda de ataques a caixas eletrônicos e outros crimes contra as instituições financeiras está chegando cada vez mais perto das médias e pequenas cidades. Então fica a pergunta: como combater esse crime? Chegar depois do leite derramado não adianta nada. Extinguir os caixas também não. É como “tirar o sofá da sala para evitar a traição da mulher”. Manchar as notas com tinta vermelha pode ser uma boa medida, mas não resolve.

Percebe-se neste tipo de crime o uso freqüente de explosivos e maçaricos. Aí pode estar a chave para o enfrentamento do problema. Um maior controle na produção e venda de explosivos, bem como seu armazenamento. No caso de maçaricos também. Sua venda deve ser controlada e as pessoas que adquirem estes produtos devem estar devidamente cadastradas e identificadas. É como comprar uma arma. Não se exige registro e o controle é rigoroso? Pois é, da mesma forma. A venda de explosivos e maçaricos deve ser rigorosamente controlada. A pergunta é: Para que uma pessoa compraria um explosivo ou maçarico? Tem pedreira? tem oficina mecânica? Sim, ok, venda liberada. Se tem justificativa, tudo bem. Se não tem, a inteligência da polícia deve ficar de olho naquele cidadão.

Esta discussão é interessante. No momento em que, devido ao aumento da segurança dentro dos bancos, os bandidos migram seus crimes para os caixas eletrônicos. A conseqüência pode ser a retirada destes caixas, cortando um serviço útil que a tecnologia trouxe à população, que é a facilidade de ter acesso a dinheiro fora do horário bancário.

Vejamos então se as autoridades percebem, com clareza, o que está acontecendo para tomar as providências necessárias. Vamos ficar de olho!

terça-feira, 17 de maio de 2011

TSUNAMI BRASILEIRO

Até pouco tempo desconhecida do grande público a palavra “tsunami”,em japonês “onda de porto”, trouxe consigo uma das maiores tragédias para o país do sol nascente.

No caso brasileiro, infelizmente e despercebidamente, o tsunami nos atinge todo dia. Refiro-me ao tsunami tributário: os impostos brasileiros. Temos atualmente uma das maiores cargas tributárias do planeta, na casa de 35,04% do Produto Interno Bruto –PIB (soma de todas as riquezas produzidas no país).

Estaria tudo bem se você se dirigisse a um hospital público e fosse atendido com dignidade e profissionalismo. Se seu filho estivesse recebendo uma boa educação. Se você trafegasse por rodovias seguras e bem pavimentadas.E pudesse ainda sair à noite com segurança pelas cidades brasileiras. Muitas pessoas ainda pagam plano de saúde, escola e segurança particular.

Além disso, todo produto que você compra está carregado de impostos “invisíveis”.Os exemplos mais comuns são: Açúcar 32,33 %, arroz 15,34% e leite 12,55%. Sem falar na cerveja 54,80% e refrigerante 45,80%. Quanto aos transportes, a coisa é ainda pior: os veículos são taxados em 40% em média e os tratores em 31,87% e por ai vai. Quando falamos da gasolina, a “onda” é ainda maior 53,03% de tributos.

Nos Estados Unidos, quando você vai às compras, na nota fiscal aparece o valor da mercadoria e a taxa que você está pagando, destacada na nota.Varia de Estado para Estado, mas é de 7,5% em média. Ou seja,a coisa é transparente. Você paga, você cobra e a coisa funciona!

Sabe quando isso vai acontecer no Brasil? Quando nos mobilizarmos e criarmos uma Tsunami reversa em cima dos deputados que não defendem os interesses do povo! O recado é curto e grosso, como deve ser a ação do povo brasileiro.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um Senador a serviço do Brasil

Costumo dizer na rodas descontraídas de bate-papo que todos os jovens deveriam ver, no mínimo, três filmes: O patriota(1), Gladiador(2)e a Última Fortaleza(3).

Esses filmes trazem lições fundamentais de patriotismo, lealdade, , garra, luta, vitória e glória. Valores menosprezados nos dias de hoje onde libertinagem, culto ao corpo e safadeza generalizada, dominam as principais mídias nacionais, principalmente nas telenovelas.

Tem uma cena no filme o patriota, ao final, quando Mel Gibson, para consolidar a vitória das províncias contra a ameaça do domínio britânico, corre com a bandeira americana em direção ao exército inimigo, que representa exemplo de superação de um homem pelas causas de uma nação. É de arrepiar!. Os outros dois filmes trazem cenas igualmente fortes e emocionantes, não deixe de pegar em sua locadora.

Faço este paralelo do filme o Patriota para ressaltar o trabalho de uma grande personalidade mineira, o Senador Hélio Costa. Se você pode, hoje, assistir à televisão digital no celular e “de graça”, foi “graças” ao empenho deste ilustre mineiro. Sem falar em outros benefícios tecnológicos como a interatividade(4). Tal qual Mel Gibson, naquela memorável película, Hélio Costa empunhou a bandeira dos mineiros e dos brasileiros para defender seu mais legítimos interesses.

Enfrentou fortes pressões de grupos interessados em tarifar a transmissão do sinal digital via celular. Defendeu seu povo, intransigentemente, contra forças poderosas que queriam impor suas condições em “território” brasileiro. Mas não fez isso sozinho. Usando de sua habilidade e persuasão, convocou todos os segmentos interessados da sociedade brasileira: academia, empresários, governo, sociedade civil e, ouvindo todos atentamente, e com o apoio do Presidente Lula, conseguiu implantar o sistema nipo-brasileiro de televisão digital no Brasil. O sistema japonês de TV digital (ISDBT)(5) foi aprimorado no Brasil com a criação do “ginga” que é o sistema que permite a interatividade da TV digital com o telespectador.

O Senador Hélio Costa não se contentou com isso. Empreendeu, em seguida, um ousado programa de divulgação do sistema nipo-brasileiro pela América latina e Caribe. Tive a grande honra de trabalhar com o Senador neste projeto, enquanto chefe da Assessoria Internacional do Ministério das Comunicações. As discussões com representantes dos países latinos eram calorosas. Mostrar a eles que o nosso sistema era o melhor, era um desafio, diante da pressão dos defensores de outros sistemas, principalmente o Europeu DVB(6).

Com o sinal da TV DIGITAL chegando também aos celulares, cresce significativamente o espaço para o aumento do faturamento das geradoras com publicidade, abrindo mais oportunidades de negócios e criação de mais emprego e renda. O avanço da TV DIGITAL, fomenta ainda a indústria brasileira fabricante de geradores e receptores de sinal, que podem inclusive abastecer os mercados sul-americanos. Esta padronização, visa evitar o que aconteceu quando da implantação da TV a cores no Brasil. Cada país da AL adotou um sistema diferente, que não “conversavam” entre si. A firmeza do Senador Hélio Costa em propor a adoção do mesmo sistema tinha fundamento para que os países colhessem os benefícios da economia de escala. A TV a cores no país foi implantada em 1972, com a regulamentação do sistema PAL-M. Ocorreu oficialmente a primeira transmissão em cores no Brasil, a partir de Caxias do Sul, RS, por ocasião da Festa da Uva, em 19 de fevereiro. Em 31 de março do mesmo ano, inaugura-se oficialmente a televisão em cores no Brasil.

Ouvi várias vezes o Senador Hélio Costa dizer que o Brasil e poucos outros adotaram o sistema PAL-M, demonstrando claramente a falta de organização e consenso do setor à época.

Estou focando na TV digital porque esta era afeta diretamente à minha área de atuação, mas, o Senador Hélio Costa também foi responsável por uma verdadeira revolução na questão da inclusão digital, sendo responsável pela implantação de milhares de telecentros, salas especiais onde a população tem acesso à Internet, seja para pesquisa, estudo ou simplesmente a emissão de segunda via de contas.

Meu pai dizia: Henrique, “tudo passa, até uva passa”, mas as marcas da gestão de Hélio Costa pelo Ministério das Comunicações está, definitivamente gravada na história do Brasil e certamente será reconhecida pela história e pelas futuras gerações.

Nos do PMDB de Minas devemos muito ao Senador Hélio Costa que tem ainda muito a nos ensinar. Graças ao destino, este mineiro de Barbacena, filho de José Calixto da Costa e Renata Fiorino da Costa, ingressou na política no MDB em 1969, pelas mãos de um ex-professor de colégio estadual, Manoel Conegundes, paraibano de uma pequena cidade chamada Bananeiras. Alcançou os mais altos cargos da república, onde pela sua retidão de caráter e lealdade aos seus princípios, tornou-se um líder, símbolo de dedicação à coisa pública e ao povo mineiro e brasileiro.

Notas:

1. O Patriota – Filme do Diretor Roland Emmerich que mostra cenas da Guerra das 13 colônias insatisfeitas com as imposições econômicas da metrópole inglesa em 1775;
2. O Gladiador – Filme do Diretor Ridley Scott onde Maximus - Russell Crowe interpreta um General Romano que vira Gladiador após o filho do Imperador Marco Aurélio (Richard Harris), Commodus (Joaquim Phoenix) o assassina.
3. The last Castle - Filme do Diretor Rod Lurie onde Robert Redford no papel do General Eugene R. Irwin é condenado à prisão por crime de desobediência. Na prisão Estadual do Tenesse, ele lidera rebelião e derruba o Diretor
4. interatividade - É a transmissão de dados para interatividade, relacionados ou não à programação, para as TVs Digitais. As transmissões de datacasting são do tipo one-to-many, ou seja, um mesmo conteúdo é transmitido para diversos espectadores, que podem escolher que informações preferem acessar

5. ISDB-T, acrônimo de "Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial" (Serviço Integrado de Transmissão Digital Terrestre). Padrão Japones - Tv de alta definição - HDTV, multiplas programaçãoes, Tv móvel e portátil e datacasting (interatividade).

6. DVB - Digital Video Broadcasting - Sistema Europeu de TV digital, cuja principal aplicação é a transmissão de multiplos programas em um só canal

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Big Brother e o Congresso

O programa da Rede Globo de Televisão com o mesmo nome do título deste artigo atrai a atenção de milhares de telespectadores todos os dias. O formato do programa foi criado em 1999 pelo executivo da empresa holandesa Endemol, John De Mol, inspirado na obra de Eric Arthur Blair que escreveu o livro “1984” com o pseudônimo de George Orwell. “Big Brother” (do inglês: grande irmão) é um personagem fictício neste romance cujo título vem da inversão dos dois últimos dígitos do ano em que o livro foi escrito, 1948. Na sociedade descrita por Orwell o “big brother” vigiava a todos o tempo todo governando de forma déspota e manipulando a forma de pensar dos habitantes. De forma espetacular, ele anteviu o que acontece hoje, quando milhares de câmeras estão espalhadas pelas cidades gravando tudo o que acontece. Estes equipamentos têm ajudado as autoridades no combate a crimes e na organização do trânsito, dentre outros benefícios. Estas gravações têm mostrado cenas espetaculares de abalroamento de veículos até então inacessíveis aos olhos de quem não estivesse lá naquele local e naquele minuto, além de cenas de violência de toda natureza, inclusive praticada por policiais. No programa da rede globo pessoas previamente selecionadas exibem seus corpos sarados confinadas numa casa. A presença de minorias como gays, lésbicas e até transexuais é garantida. Pedro Bial fica instigando-os a aumentar a ”baixaria”. Uma coisa muito interessante do programa é que o público tem o poder de eliminar os participantes por meio do voto direto. Imaginem então um “big brother” do Congresso Nacional. O povo ficaria observando os deputados e senadores no congresso e teriam o poder de eliminar aqueles que não honrarem sua representação. Como, por exemplo, os que votam a favor do aumento de imposto ou volta da CPMF. Certamente, seriam eliminados na hora, bem como os que praticam atos de corrupção e quebram o decoro parlamentar. Tenho certeza que a participação do povo seria maciça e certamente teríamos um congresso muito melhor. (*) Economista

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Posse e reforma política

É com muita honra e com grande alegria no coração que aceitei o convite do Diretor Louzi para escrever na Folha de Nanuque, conceituado periódico daquela maravilhosa e excitante cidade. Ao mesmo tempo que é um prazer poder dirigir-me a este povo maravilhoso, considero um desafio interagir-me com gente inteligente e muito bem informada.

Neste primeiro contato com você gostaria de falar sobre a posse dos Deputados e Senadores em Brasília. Amanhã tomam posse os eleitos em outubro de 2010. A 54ª Legislatura trás números inéditos e raros: A Câmara dos Deputados terá 22 partidos representados. Desde a volta do pluripartidarismo, no início da década de 80, é o número mais elevado de partidos com deputados eleitos. Este número é alto quando comparado com a América Latina, onde Colômbia tem 12 partidos, Chile, 8, e México 7. Apenas Argentina supera o Brasil com 35 blocos políticos no Congresso. Este grande número de partidos no Brasil não ajuda o fortalecimento da democracia, uma vez que abre espaço para partidos de aluguel e outras negociações escusas.

Uma análise mais detalhada dos números mostram que 75,4% dos votos estão concentrados em 8 partidos. Os Partidos chamados “nanicos” são 27. O grande vencedor das eleições proporcionais foi o PMDB que terá deputados em todas as unidades da Federação. O PT terá em 23. Estes números mostram a necessidade de uma reforma política para melhorar a representação do povo no Congresso Nacional. A reforma política vai certamente entrar na pauta do congresso e vai mexer com toda a sociedade. Todo o povo deve participar desta discussão, mandando mensagens aos seus representantes. “No frigir dos ovos”, como diziam nossos avos, uma boa representação significa mais recursos federais para melhorar a qualidade de vida da população do nosso Estado, melhorar a educação e resolver os problemas graves de saúde pública. Espero que você se comunique comigo pelo email: hpbadaro@gmail.com, com críticas e sugestões de temas a serem abordados.

Badaró a locomotiva

Não foi por acaso que meu pai usou a imagem da locomotiva em sua campanha para o Governo de Minas em 1986. A imagem impressionantemente robusta, e maciça da “Maria Fumaça”, era o retrato de sua liderança, determinação, capacidade de trabalho e de ajudar a todos que tiveram a honra de solicitar seus préstimos.

Sempre me dizia no café da manhã: “meu filho, o sol nunca me pegou na cama”. Madrugador contumaz, antes de amanhecer já estava trabalhando pelos interesses de sua terra.

Com sua personalidade forte e marcante e seu olhar penetrante, espalhava simpatia e alegria entre todos que conviviam com ele. Dono de uma inteligência privilegiada e vasta cultura, irradiava conhecimento e foi um grande guardião da cultura e dos costumes de Minas Gerais.

Nascido na pequena Minas Novas, encravada no Vale do Jequitinhonha, no início da década de 30, teve a sorte de ter uma educação de qualidade, onde disciplina e rigidez eram aplicadas por “Tia Corina”, conhecida e conceituada educadora da região.

Sua sólida base educacional o preparou para trilhar uma brilhante carreira na vida pública. Ao eleger-se o mais novo deputado Estadual de Minas com apenas 27 anos, em 1958, adentrou a arena onde pode exercitar sua vocação (do lat. = vocatione = chamado), Murilo Badaró estava realmente atendendo um chamado de Deus para lutar por seu povo.

Após sucessivos mandatos estaduais, galgou o planalto central para defender Minas e sua região no Congresso Nacional. Exerceu mandato de Senador e teve atuação de destaque no Ministério da Indústria, Comércio e Turismo na gestão de João Baptista Figueiredo. Nesta época, teve a honra de inaugurar a Usiminas, que se arrastava por falta de verbas federais para a conclusão do projeto. Segundo me confidenciou, condicionou ao General Figueiredo, o aceite ao cargo à inauguração da Açominas, realizando duras negociações com Delfin Neto, o Czar da economia naquela época para a liberação dos recursos necessários.

Sentia prazer em viajar ao interior e sentar-se à mesa para um bate papo com os amigos, regado a um cafezinho forte e às gostosuras da culinária mineira.

Lembro-me de sua imensa dedicação às suas pesquisas, sempre ao lado de seu inseparável “note book”. Dali surgiram excelentes obras literárias e as biografias dos grandes homens de Minas, nos quais ele se espelhava, como Milton campos, José Maria Alkmin, Gustavo Capanema e Bilac Pinto. Com sua escrita leve e agradável, Badaró contava a todos em suas obras a História das Minas Gerais.

Contou-me que estava trabalhando num ensaio sobre Machado de Assis, que seria seu próximo projeto. Infelizmente não teremos o gostinho de saboreá-lo.

Nosso pai está entre nós e sua memória permanecerá viva em nossas vidas eternamente, como uma luz forte do alto de um farol que nos guia, seja qual for o tempo, sempre, com dignidade, a um porto seguro.