quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

GRAMPO GERAL

GRAMPO GERAL
(*) Henrique Badaró
O ano de 2013 no Brasil foi palco de espetaculares manifestações de rua que marcaram profundamente a mente de todos no mundo. Isso mesmo: mundo!. O Brasil hoje é observado por todos os principais países como potencial parceiro de negócios e oportunidades. Fato este potencializado pela grande exposição face aos eventos mundiais que se avizinham.
Estas manifestações foram um espetáculo, no mínimo, assustador, trazendo à tona as inúmeras fragilidades de nossa sociedade e a grande necessidade de mudanças. Uma cena que marcou a atenção foram milhares de manifestantes encarando uma fila de policiais em frente ao Congresso Nacional.


Será que nossa Polícia Militar está preparada? Será que nosso exército está preparado? Para se ter uma idéia, o efetivo da PM no Distrito Federal é de aproximadamente 15.000 homens, para 2.789.761 habitantes, número baixo proporcionalmente a outras cidades com a mesma população. Será que estes homens estão preparados física e psicologicamente? As estatísticas de violência policial, principalmente em São Paulo, mostram que, em nível nacional, não. Voltaremos nesta questão da segurança em outra oportunidade.
Ao fazer um balanço do ano, podemos identificar muitas coisas positivas. O resultado do julgamento do caso do “mensalão, foi a resposta que a sociedade esperava e exigia. Sinceramente falando, os Ministros do STF – Supremo Tribunal Federal, não fizeram mais que sua obrigação legal e constitucional e não devem ser “endeusados” como querem alguns. Em recente artigo publicado já dizia que, para se ter um país justo, era preciso ter instituições sólidas e independentes. Estamos vendo isso agora na prática.
Outro fato que chamou atenção foi o “grampo do Tio Sam”[1]. Como estão à frente tecnologicamente, acham que podem “grampear” todo mundo indiscriminadamente, inclusive chefes de Estado como da Alemanha e Brasil.
O que salta aos olhos em 2013 é a ”baixaria” generalizada das telenovelas. Assisti atônito a uma cena da Novela Pecado Mortal da Rede Record, que retrata os anos 70 fazendo apologia ao homossexualismo e à prostituição masculina, em cenas de péssima qualidade e com atores de sofrível interpretação. A novela Amor à Vida não é muito diferente, enfatizando temas como ódio, traição, vingança, etc.....
Quanto à economia o Governo vai fazendo o que pode diante da crise da Zona do Euro. A estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2013 é de 2,3 %, com PIB de US$2,190 Trilhões, colocando o Brasil na sétima posição no mundo[2].
As taxas de desemprego mostram a face mais perversa da crise e a falta de respostas das autoridades para superar as dificuldades. Elas ficaram em 5,2% no último mês no Brasil, baixa historicamente. A dos Estados Unidos ficou em 7,3% e a da França 10,5%[3].
As bolsas do mundo inteiro amargaram prejuízos significativos registrando queda de 7,02 % no Brasil, o segundo pior desempenho global segundo a Bloomberg[4]
Ao falar do mercado Bursátil, lembrei-me de um dos casos mais emblemáticos e impressionantes de ascensão e queda de um empresário da história econômica. Quando Eike Batista ostentou aquela Mercedes Mac Laren estacionada na sala de seu apartamento, pensei comigo: “tem alguma coisa errada ai”.



Sem querer entrar na conturbada discussão sobre a história de seu passado, um empresário que busca esse grau de exposição na mídia, está perdendo muito tempo e deixando de lado o seu negócio. Os brasileiros são pessoas humildes e não gostam deste tipo de ostentação.
Assistimos todos os dias os telejornais destacando as tragédias e as mazelas do cotidiano. Entretanto isso não é capaz de abalar nossa fé e nossa confiança em nós mesmos.
Seguimos em frente, custe o que custar, buscando nosso sonho no calor do seio de nossa família, esperando que os Governantes, pelo menos não nos atrapalhe, e faça o que é necessário para o Brasil continuar crescendo com qualidade de vida.
O Governo Federal deve fazer o seu dever de casa investindo cada vez mais em infraestrutura, saúde, educação e principalmente segurança, para que os brasileiros em 2014 e adiante possam trabalhar e gerar a riqueza que todos almejam. Feliz ano novo!!         



[1]  Tio Sam é a personificação nacional dos Estados Unidos da América e um dos símbolos nacionais mais famosos do mundo. O nome Tio Sam foi usado primeiramente durante a Guerra anglo-americana de 1812, mas só foi desenhado em 1852.
[2] 1º. USA com US$6,724 trilhões, 2º. China US$8,939 trilhões, 3º. Japão - US$5,007 trilhões, 4º. Alemanha - US$3,593 trilhões, 5º. França - US$2,738 trilhões, 6º. Reino Unido - US$2,489 trilhões,
[3] Taxa de Desemprego – USA: 7,3%, China: 4,0%, Japão: 4,0%, Alemanha: 6,7%, França: 10,5%, Reino Unido: 7,8%

sábado, 21 de setembro de 2013

O enterro do Bentley

Causou espanto dias atrás a notícia de que o milionário Chiquinho Scarpa enterraria um automóvel de R$1,5 milhão no jardim de sua casa conforme informado em seu “face book” e debatido por todo o Brasil.
A história de Chiquinho Scarpa é bastante interessante e não menos bizarra. Herdeiro de uma família de industriais Ítalo-brasileiros, Chiquinho nasceu, viveu e vive em berço de ouro e protagonizou histórias mal contadas e conturbadas, principalmente com a Carola de Oliveira.
Primeiramente vamos ver o carrão do milionário, sonho de todos os motoristas do mundo inteiro. Com o pomposo nome de “Bentley Continental Flying Spur” que poderia ser traduzido com “Bentley Impulso voador continental” (“spur” do inglês significa “impulso” e também “espora”) o carro cuja foto faço questão de inserir ao final desde artigo, além de representar uma “fortuninha”, é sinônimo de status e elegância, sendo possuído por pessoas não só de bom gosto, mas com muita grana. Só o IPVA de um carro destes consome R$30 mil por ano, sem falar em seguro etc.
Posteriormente ele revelou que fizera aquilo para chamar atenção sobre o problema da doação de órgãos. Todos falam da importância da doação de órgão, mas poucos o fazem. Mas o “Enterro do Bentley” chamou a atenção de todos o que trás à tona a questão do materialismo e do consumismo excessivos de hoje em dia.
A juventude está carente de ensinamentos mais espirituais e religiosos. Coisas duradouras que levaremos conosco na hora de nossa morte.
A propósito, Transcrevo aqui um belo trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo de Alan Kardec  sobre o assunto: “ A Verdadeira Propriedade – Pascal – Genebra – 1860 – capítulo 16 – 9 – Verdadeiramente, o homem só possui como seu aquilo que pode levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e do que deixa ao partir, desfruta durante sua permanência na terra. Mas, forçado que é a abandonar tudo, tem apenas o usufruto e não a posse real. O que é, afinal, que ele possui? Nada do que se destina ao uso do corpo e tudo que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso é o que traz e o que leva, e que ninguém tem o poder de lhe tirar, que servirá a ele no outro mundo, muito mais do que neste. Dependerá dele ser mais rico em sua partida do que quando chegou, visto que, do que tiver adquirido em bens morais, resultará sua posição futura. Quando um homem viaja para um país distante, arruma sua bagagem de acordo com o uso daquele país; não carrega o que lhe será inútil. Fazei , pois, o mesmo, em relação à vida futura e fazei provisões de tudo o que poderá vos servir lá.
Ao viajante que chega a uma estalagem é dado um bom alojamento, se puder pagar; àquele que tem pouca coisa, é claro um pior; quanto àquele que nada tem é deixado ao relento. Assim acontece ao homem quanto chega ao mundo dos espíritos: o lugar para onde irá depende de suas posses; mas não é como ouro que pode pagar. Ninguém irá perguntar-lhe: quanto tinhas na terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Mas perguntam: o que trazes? Não será computado nem o valor de seus bens nem o de seus títulos, mas, sim, a soma de suas virtudes; portanto, é desse modo que o operário pode ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará o homem que, antes de sua partida, pagou sua entrada no outro mundo com ouro, pois terá como resposta: os lugares daqui não são comprados, são obtidos pelo bem que se fez; com a moeda terrestre pudestes comprar campos, casas, palácios, carros; aqui tudo é pago com as qualidades d’alma. És rico dessas qualidades? Sé bem-vindo, e vai aos primeiros lugares, onde todas as felicidades te esperam. És pobre delas? Vai para os últimos lugares, onde serás tratado de acordo com suas posses”
Este lindo trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo de Alan Kardec nos inspira a cuidar bem da alma e procurar fazer o bem, neste mundo materialista e consumista em que vivemos hoje.

Que nossa juventude possa, após os nobres ensinamentos do Papa Francisco, praticar a solidariedade, o companheirismo, a valorização das virtudes e a busca do conhecimento para que possam ajudar a superar os graves problemas de nossa nação.



sábado, 24 de agosto de 2013

O ESPORTE É BLOQUEAR

Virou moda o bloqueio de estradas e ruas pelo Brasil afora. Esta maneira eficiente de manifestação serve apenas àquele grupo naquele momento e causa muitos transtornos a toda a população.
Este tipo de manifestação fere os direitos de ir e vir preconizados na Constituição e gera grandes prejuízos a todos.
É preciso separar “manifestações de rua” de “bloqueio de vias”. Em recente pesquisa realizada pela CNI-Ibope, 89% das pessoas entrevistadas disseram ser favoráveis aos protestos. Logicamente, qualquer pessoa com um mínimo de bom senso será contra o vandalismo que deve ser prontamente combatido pela polícia.
As manifestações, espontâneas e surpreendentemente “virais”, revigoram nossa democracia fazem nosso sangue borbulhar, injetando adrenalina na veia de nossa tenra democracia.
Fico imaginando meu pai assistindo a tudo isso, de onde estiver, e sinto falta de suas análises sensatas e ponderadas, sempre prevendo o melhor para este país que tanto amou e ao qual sempre dedicou sua vida.
Voltando ao bloqueio de vias, digo aos meus queridos leitores que sou totalmente contra. Só quem ficou horas e horas parado numa dessas oportunidades sabe a intensidade desta opinião. Os bloqueios ficaram tão banais que, recentemente em Brasília, estudantes do ensino médio bloquearam importante via da capital federal por divergências de assuntos acadêmicos. Esses bloqueios são tão nocivos que a Justiça de São Paulo proibiu manifestantes de bloquearem totalmente rodovias do Estado, sob pena de multa de R$100 mil reais por cada hora em cada rodovia bloqueada.
O dono de uma empresa de transporte de cargas de Belo Horizonte me telefonou, no auge das manifestações e bloqueios, querendo saber minha opinião se liberava os caminhões naquele dia, Disse a ele: não despacha nenhum não. Além de morrer de raiva, seus motoristas correm o risco de terem seus veículos depredados e sua carga saqueada. Como podem ver, apenas a “ameaça” de manifestações já gera transtornos e prejuízos.
A Polícia Rodoviária Federal tem feito um grande esforço para controlar e administrar esses conflitos e no decorrer efetuou várias prisões.

Ao bloquear as rodovias para defender suas reinvindicações, os manifestantes desrespeitam os direitos dos outros e isso é inaceitável. A vontade que fica é estacionar um caminhão na porta da garagem de um deles de manhã cedo e não deixa-lo sair de casa para trabalhar.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

VINTE CENTAVOS

Pensei em vários títulos para retratar o atual momento vivido pelo Brasil: “Manifestação e sangue”, “Joio do Trigo”, “Problemas tem Solução”, dentre outros.
O mais simbólico foi o que encabeça este artigo. “Nunca na história deste país” vinte centavos representaram tanto.
Não há observador atento ou desatento que não esteja com os olhos colados nos jornais e na televisão tentando entender o que se passa com nosso país. Uns, defendendo com euforia o movimento. Outros perplexos. Outros ainda com medo do que possa acontecer. Mas poucos, muito poucos, contra esta manifestação que muda a história do Brasil.
Proponho já de antemão (fica registrada a ideia como minha) que a casa da moeda lance a moeda de R$0,20 (vinte centavos) comemorativa da mudança em curso. Só precisamos discutir quem vai estampa-la.
Mas como entender o atual movimento e discutir sobre suas repercussões futuras. Está claro que a população está insatisfeita com sua vida atual. Reclamam em todas as áreas seja transporte, educação, saúde e infraestrutura. O fato é que, palavras ao vento não resolvem mais.
Temos que traçar um comparativo com os outros países para entender o porquê da revolta.
O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo e um dos piores serviços públicos.
Estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostra que dos trinta países com maior carga tributária o Brasil é o último em prestação de serviços.
Os Estados Unidos, seguidos pela Austrália, Coréia do Sul e do Japão, são os países que melhor fazem aplicação dos tributos arrecadados, em termos de melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos.
Este interessante estudo que pode ser encontrado no link [1]abaixo relacionou os trinta países com maiores cargas tributárias do mundo e comparou com seu IDH[2].
O resultado é alarmante: O maior IDH de 0,937 fica com os Estados Unidos que tem uma carga tributária de 25,10% do Produto Interno Bruto – PIB.
O pior IDH dentre os trinta países pesquisados fica com o Brasil (0,730) que na contramão tem uma carga tributária de 36,02% do PIB.
As manifestações começaram com os jovens, e o movimento conquistou seus pais, irmãos e até avós e ganhou as ruas do país. Ora, se os próprios pais não estão satisfeitos imaginem os filhos.
Os problemas começam quando vão para a escola ou para o trabalho. O sistema de transporte público é abaixo da crítica. A Saúde não funciona. A segurança não protege e a educação não prepara os jovens para a acirrada competição global.
Munidos de seus “smart phones” a geração Y[3] consegue uma comunicação instantânea e eficiente para mobilizar seus membros e demonstra que nada será como antes.
Ao colocar milhares de pessoas nas ruas e fechar importantes avenidas e rodovias, trazendo enormes transtornos a toda a população, os manifestantes foram ouvidos e os políticos e o Governo começaram a se mover.
Não vou nem comentar sobre o vandalismo que é o lado ruim de tudo isso e deve ser duramente coibido pela polícia. Uma coisa é certa: numa democracia existem os canais para a realização das mudanças, com respeito à constituição e a Republica e este caminho é pela representação popular e pelo voto.
Que venha a reforma política tão desejada e conclamada pelos homens públicos sábios e sérios deste país. Que venha a candidatura avulsa para libertar os novos líderes dos cadeados partidários em mãos de verdadeiros guardiões que só permitem candidaturas que atender a interesses nem sempre defensáveis.
(*) Economista

sexta-feira, 8 de março de 2013

A BORBOLETA AZUL


Há algum tempo atrás um menino teve uma visão. Nascido em Belo Horizonte no ano de 1928 teve uma infância tranquila. Inquieto e curioso, dava sinais que teria uma incrível trajetória de vida.
Formado em engenharia pela Universidade Federal de Minas Gerais, gradualmente foi ganhando gosto pelos grandes projetos e desafios.
Ao longo de sua vida é responsável por projetos de envergadura para clientes como Usiminas, Cosipa, Acesita, Açominas-Gerdau, Votorantin, Petrobrás e Fiat.
Casado com Maria de Azeredo Passos Roscoe teve oito filhos e onze netos.
Este engenheiro carrega consigo a honra de ter trabalhado e construído Minas Gerais com os maiores nomes do Estado nos campos empresarial, cultural e político.
Sempre a frente do seu tempo, Maurício Roscoe presidiu várias organizações tais como o Sinduscon – MG, Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), União Brasileira para a Qualidade (UBQ – MG); foi vice-presidente da Fiemg e pertenceu aos Conselhos da Fundação Christiano Otoni, Escola de Engenharia da UFMG, Sociedade Mineira de Engenheiros, Serviço Nacional da Indústria (Senai), Pontifícia Universidade de Minas Gerais (PUC-MG) e Fundação Dom Cabral.
Refratário às crises e instabilidades da economia e do Mercado, Maurício Roscoe manteve-se firme na sua determinação e no seu caminho para escrever uma das mais belas histórias da engenharia do Brasil.
Com seu semblante elegante, discreto, afável e firme, Maurício Roscoe foi conquistando amigos ao longo de sua profícua trajetória, atraídos como um imã pela sua cordialidade, caráter, ética e determinação na condução dos negócios e crença no desenvolvimento do Brasil.
Mais do que isso, com uma inigualável percepção quântica, e uma sensibilidade aguçada, escreveu dentre outros o livro infantil “A Borboleta Azul” onde conta a interessante história de um ferreiro que se distrai com seu filho que havia caído por causa de uma borboleta azul. O ferreiro colocava ferraduras no cavalo do porta-bandeira do poderoso exército do reino. Para socorre-lo, o ferreiro pede a um ajudante para colocar a quarta ferradura. Esta, não ficando tão bem colocada como as outras três, solta-se durante a batalha fazendo com que o cavalo mancasse deixando o porta-bandeira indeciso. Ao transmitir insegurança aos soldados fez com que perdessem a batalha e a guerra. Moral da história: uma simples borboleta pode mudar o rumo da história. Os cientistas chamam isso de teoria do caos. Tudo é imprevisível. Os sábios gostam de dizer que há uma ordem no universo e que Deus costuma atuar na história por meio de coisas tão simples como o voo de uma borboleta azul.
Escreveu também o interessante livro intitulado “A Evolução Humana - Alguns Gargalos e Muitas Oportunidades” onde propõe uma reflexão sobre uma nova plataforma tecnológica de oportunidades e desafios para a construção de um mundo mais competente e justo sob os pontos de vista econômico, social, político e ecológico.
Certamente vivemos num mundo muito instável, seja econômica ou ambientalmente falando. Certa feita, num descontraído bate papo com André Simoni, este exclama: Badaró, que turbulência, bem que a gente podia ter um pouco mais de estabilidade! Quase que instantaneamente retruquei: André, vivemos numa bola pendurada no espaço, girando em torno de si mesma e de uma bola de fogo, com um centro incandescente de mais de 6.000 graus célsius. Como é que você quer estabilidade?
Um ano depois foi minha vez de sentar em frente ao André no escritório à Rua Paulo Simoni e lamentar: André, bem que a gente poderia ter mais estabilidade. Atônito, André exclama: Badaró, você mesmo me disse, a dois anos que vivemos....... e repetiu a história, deixando-me sem palavras.
O mais importante desta história toda é seu legado de crença no Brasil e nos brasileiros, herdado por seu filho Maurício de Azeredo Roscoe que com sabedoria, garra, coragem e fé toca os negócios da família em ambientes as vezes hostis, à mercê de equipe econômicas e planos irresponsáveis.
No pouco tempo de convivência com ele pude absorver inestimáveis conhecimentos e sabedoria tácita, que não se encontra em nenhum livro acadêmico.
A M Roscoe segue firme em sua trajetória na certeza de que o que importa é a jornada e não o destino, contando sempre com a lealdade de seus colaboradores e amigos, colocando, junto com todos os brasileiros, os tijolinhos para a construção desta grande nação.



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Querido Vovô Carteria

Belo Horizonte, 4 de fevereiro de 2013. Neste dia do seu aniversário bateu uma saudade enorme! Não sabemos onde está, mas temos certeza que está ao lado de Deus Pai Todo Poderoso, pois sua passagem pela terra o credenciou para isso! Acredito que esteja ao lado da vovó Nazareth, sua inseparável e doce companheira por toda a vida. Seu enorme coração, sua disciplina e dedicação aos menos favorecidos faziam de você uma figura impar, abençoada, misteriosa, austera e enigmática. Só Deus sabe as batalhas que travou em defesa da sua família. Homem de idéias modernas para o seu tempo, foi um verdadeiro pioneiro da medicina, trazendo novas tecnologias para salvar vidas na então pacata Belo Horizonte. Amante dos animais e das máquinas velozes, já em 2 de abril de 1948, solicitava à Aeronáutica o registro de sua aeronave, que, deferido, recebeu o prefixo PP-DGR. O Murilinho, Henrique e o primo Paullo, não se esquecem das viagens que faziam com você e Vovó Nazareth à pequena Cabo Frio, a bordo do poderoso Gordini. Vocês dois na frente e os três atrás, admirando aquela maravilhosa e inesquecível viagem. Vamos tocando nossa vidinha aqui, um probleminha aqui, outro acolá, mas sempre seguindo seus ensinamentos de dignidade, ética e austeridade. Sua filha primogênita está muito bem e de parabéns pela sua garra e crença na maravilhosa vida que Deus a deu, enfrentando todos os desafios e adversidades, sempre com confiança, serenidade e elegância. Ela é um verdadeiro exemplo para nós. Sente muito a sua falta e da Vovó Nazareth, por isso, lembre-se sempre de confortá-la em seus momentos de atribulações e tristezas pela perda de seu esposo. O filho do meio, seu clone aqui na terra, (na foto no carro com seu cão) vai levando a vida, enfrentando os problemas de sempre, mas sempre com aquela força interna e aquele olhar maroto. Com seu espírito aventureiro, conheceu todo o interior do Brasil em busca de minerais e metais preciosos. A caçula, continua elegante, alegre e bela como sempre, nas suas jornadas diárias pelo mercado financeiro. Mostrando muito da competência que herdou de você. Neste dia fazemos todos uma oração para que saiba que você e Vovó Narazeth estão em nossos corações e na nossa memória apesar do tempo e da distância. Fique tranqüilo, somos sua semente aqui na terra e honramos o seu nome. Dê um beijo na vovó Nazareth. Assinado: Netos, bisnetos e tataranetos. Nota: Eurico Carteia Prado nasceu em 1907. Filho de Cândido Prado e Maria Rocha Prado. Casou-se com Maria Nazateth Guimarães Prado, filha de Antônio Mourão Guimarães e Maria Leopoldina de Jesus. Tiveram três filhos: Lucy, Maurício e Denise.