sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Brasil e a crise Européia

A Crise Européia bate à nossa porta. Temos que estar preparados para não deixar esta grave crise, de proporções mundiais, atrapalhar a trajetória de crescimento do país ou anular todos os avanços econômicos alcançados até agora. Para entendermos como esta crise pode afetar o Brasil, temos que analisar sua origem. A crise atual na Europa, é causada, principalmente, por problemas fiscais. Aquele continente, sempre lembrado como região de altíssimo nível de desenvolvimento econômico, agora é sinônimo de turbulências econômicas, dúvida, desemprego, medo e desesperança. Alguns países europeus, como a Grécia, por exemplo, passaram a gastar descontroladamente, sem ter como se financiar por meio da arrecadação de impostos. Passou então a endividar-se cada vez mais. Isto foi suficiente para acionar o alerta vermelho dos investidores em nível global. Criou-se a suspeita de que, a exemplo da Grécia, muitos países europeus, estavam com seu endividamento descontrolado, ultrapassando 60% do PIB, conforme o Tratado de Maastricht de 1992 que criou a zona do Euro. Este fato teve impacto imediato na decisão dos investidores de evitar ações e títulos de bancos e governos da região. A desconfiança por parte dos investidores de paises da Europa tem origem em 2007, quando se suspeitava da bolha imobiliária nos Estados Unidos. A crise se confirmou em 2008, quando os Governos injetaram trilhões de dólares nas economias afetadas. A crise de 2008 agravou a situação dos déficits nacionais de países europeus que já eram muito elevados. Soma a isso um fato grave de tentativa de fraude envolvendo a Grécia e o Banco Goldman Sachs, quando tentaram um artifício contábil para esconder parte da dívida grega. A crise bate mais forte no chamado grupo dos PIIGS – Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, que executaram uma política fiscal frouxa e inadequada, gerando endividamento excessivo. Um agravante é que estes países possuem elevado déficit orçamentário o que agrava ainda mais sua situação econômica. As projeções da Economist Intelligence Unit, importante instituição de análise econômica global, indicam que os déficits desses países devem manter-se elevados nos próximos anos. Mas, como isso afeta a economia real do europeu, o dia a dia de nossos irmãos no velho continente? A desconfiança em relação à Europa já trouxe pânico aos bancos e investidores que, como gazelas fugindo de leões, vendem seus ativos europeus e limitam crédito às empresas e pessoas físicas européias. Sem crédito para a produção e consumo, e praticamente sem investimentos estatais, diminui-se o giro financeiro da economia, levando a um círculo vicioso e até uma recessão, com queda na produção e desemprego. É necessário então um ajuste fiscal rigoroso por parte do Governo com o congelamento e a redução de benefícios, e redução de salários de funcionários públicos, além do corte de investimentos estatais. Esses países ainda estão mais engessados, pois não podem desvalorizar suas moedas, o que aumentaria suas exportações, haja vista que esta desvalorização afetaria países da zona do Euro cujas economias estão saudáveis. Como isto afeta outras economias como o Brasil? A diminuição do poder de compra da Europa, um dos maiores consumidores do mundo, reduz a importação de bens e serviços afetando diretamente os paises que para lá exportam como é o caso do Brasil. Sr.Presidente, Srs.Deputados, o alerta vermelho está aceso. Não deixemos o atual “conforto” da economia brasileira nos ofuscar aponto de não estarmos preparados para o enfrentamento de uma crise que pode ser longa. Para o correto enfrentamento da crise, o Brasil tem que tomar, como vem tomando, medidas preventivas visando manter as variáveis macro-econômicas fortes e saudáveis. Sem se descuidar do dever de casa que é a manutenção do superávit fiscal, redução do endividamento do setor público e rígido controle da inflação, o Governo deve ser mais Criativo e ousado, promovendo redução da carga tributária e redução dos juros básicos da economia, estimulando investimento privado e mantendo o consumo elevado. Deve ficar atento à questão cambial pois o real muito valorizado prejudica as exportações e, o aumento das importações pode levar à uma desindustrialização nacional com reflexos nefastos para toda a sociedade brasileira. Sr. presidente, Srs Deputados. Sem me alongar mais, quero aqui renovar minha confiança e esperança nos destinos deste país, que tem se mostrado forte diante das mais complexas adversidades. Não basta apenas fazermos o dever de casa. Temos que ousar e ter consciência que estamos construindo um país para as futuras gerações de brasileiros e brasileiras que colherão os frutos de nosso trabalho, e de nossas sementes plantadas. Vamos dar-lhes o exemplo fazendo as reformas que o Brasil precisa para se fortalecer e consolidar seu crescimento econômico e Social. O Congresso tem papel decisivo neste processo, como legítimo representante deste maravilhoso povo brasileiro, propondo soluções, debatendo os grandes temas nacionais e intransigentemente ao lado do nosso povo.

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