sábado, 28 de abril de 2012

CACHOEIRA DE OPORTUNIDADES

A palavra cachoeira lembra muitas coisas boas! Lembra o frescor e as forças das águas, lembra lugares remotos, bucólicos, lembra ainda aquelas quedas estonteantes das cataratas do Iguaçu e do Niágara, sem mencionar as companhias agradáveis e os saborosos lanches. Mas ultimamente, no Brasil, tem lembrado algo muito diferente. Não quero entrar no mérito da questão nem falar sobre as contravenções de Carlos Augusto Ramos ou explorar seus inúmeros contatos e comparsas para praticá-las. Isso todos sabemos. Quero falar sobre a oportunidade de casos emblemáticos como estes criarem a oportunidade para a “grande mudança”. Uns me perguntam: mas Henrique, você não vai explorar a criminalidade, a contravenção e a desgraça alheia? Não é isso que as televisões e os jornais fazem todos os dias? Não, prefiro tomar este exemplo, talvez o mais emblemático da república, para falar das repercussões positivas que pode ter. Vamos fazer um comparativo com um famoso caso internacional, ocorrido na Itália, na década de 90, chamado “Operação Mãos Limpas” – Mani Pulite. Trata-se de uma investigação judicial para averiguar casos de corrupção envolvendo, nada menos que, Banco Ambrosiano, Máfia, Banco do Vaticano e loja Maçônica P2, que levou ao fim a “Primeira República Italiana” e ao desaparecimento de muitos partidos políticos naquele país. À época foram registrados vários suicídios por causa do episódio (espero que esta moda não pegue por aqui)! Só para se ter uma idéia das estatísticas, foram 2.993 mandados de prisão, 6.059 investigados, dentre eles 872 empresários, 1978 administradores locas e 438 parlamentares (isso mesmo, quase um congresso inteiro). Foi a maior faxina ética praticada na Itália dos últimos tempos. Na mesma linha de raciocínio, esta chamada “CPI do Cachoeira”, que deveria ser chamada da “CPI – Separação ”joio do trigo””, torna-se um território fértil para a averiguação de todas as contravenções praticadas e seus autores, sejam quem forem. Não desejamos que se torne palanque para propulsão de políticos inexpressivos, nem que seja uma “caça às bruxas”. Apenas que cumpra seu papel constitucional de revelar os fatos e trazer benefícios para a sociedade brasileira. As pessoas que cometem esses crimes devem ser punidas conforme rege o Código Penal. Simples assim. Toda essa discussão me faz lembrar de uma conversa que tive com minha filha Adriana quando em visita a Brasília há alguns anos atrás: passeando pelos belos monumentos, palácios e prédios públicos da Capital Federal, ela, do alto de seus 17 anos, faz uma indagação, no mínimo intrigante: Pai, eu não concordo com estes gastos faraônicos destas obras de prédios de órgãos públicos aqui em Brasília, enquanto muita gente passa fome no Brasil, argumento este que foi pronta e precipitadamente apoiado pelo seu “amiguinho”.(humf!) Minha resposta foi instantânea, não querendo nem contemporizar, nem contrapor: Minha filha, estas obras têm que representar o que há de melhor da inteligência da humanidade, independentemente de quem esta aqui agora, porque é o que vai ficar como exemplo para as futuras gerações como a sua e a de seus filhos para cumprir os mandamentos da Constituição Brasileira, doa a quem doer, por pessoas probas, concursadas e com alto grau de civismo e patriotismo. Se algumas obras públicas tiveram a mácula da corrupção no passado, isto já ficou para trás e hoje as instituições brasileiras são fortes, independentes, perenes e a serviço de todos nós, graças a DEUS!

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