quinta-feira, 21 de junho de 2007

BRINCANDO COM PÓLVORA

Ao não punir exemplarmente os deputados que infringiram a lei eleitoral e cometeram outros crimes, a Câmara dos Deputados desafia a opinião publica e junto com ações desastrosas do executivo, começam a “brincar com pólvora”.

O país hoje está fragmentado em vários grupos, cujas divisões visivelmente delineadas, lutam por seus mais diversos interesses. De um lado as elites, enchendo seus bolsos com os juros estratosféricos pagos pelo governo federal aos aplicadores de títulos públicos. Refratárias às mudanças, querem manter o “status quo”. A classe média vai encolhendo cada vez mais, perdendo qualidade de vida e tendo seus recursos sugados pela voracidade da carga tributária e pelo pagamento dos juros acima.

O poder judiciário assiste a tudo, nada fazendo para alterar o quadro de letargia e morosidade da justiça brasileira.

O poder executivo, por sua vez, dá continuidade à política econômica do governo passado, que criou as bases para o desenvolvimento. Entretanto, não inova, não ousa e os problemas antigos persistem. A falta de investimento em infra-estrutura funciona como um freio ao desenvolvimento desejado pela sociedade brasileira. O Governo insiste em tratar a micro e pequena empresa como grande, impondo-lhe todo tipo de burocracia e asfixia tributária, isto sem falar na falta de políticas de crédito.

Por outro lado temos ainda o crime organizado e a bandidagem que espalham terror pelas terras brasileiras, não respeitando ninguém. Soma-se a isso grupos altamente organizados como o MST e movimento dos sem teto, que cometem todo tipo de ilegalidades.

Cada grupo lutando por seus interesses e no meio do fogo cruzado a maioria da população brasileira. Homens e mulheres de bem que se desencantam com as atitudes antiéticas de seus representantes e vêm seus filhos sem nada fazer, ociosos em casa por causa do desemprego e da falta de programas e cursos profissionalizantes voltados para eles.

À margem está um grupo amorfo ao qual o governo federal destina bilhões de reais em bolsa família. Estes recebem migalhas dos banquetes do palácio do planalto. Ações como estas são louváveis, mas devem ser transitórias. O que dignifica o homem e lhe traz independência é o trabalho e este só será criado se as empresas estiverem robustas para contratar. Além disso, o programa bolsa família não pertence ao Governo Federal nem ao PT e sim a toda a sociedade, pois o dinheiro destinado a ele provem do seu bolso.

O Brasil precisa de um governo sério para implementar as mudanças estruturantes que precisamos e que pare de “brincar com pólvora”

(*) Economista – MBA – University of Saint Thomas – USA – Presidente da ONG Oportunidade.

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