quinta-feira, 21 de junho de 2007

O IRAQUE É AQUI

Todos as noites, nos principais noticiários televisionados, assistimos às tristes notícias vindas de alguns países estrangeiros, incluídos no cotidiano do brasileiro pela força da mídia, como Iraque e Israel. O primeiro invadido pelos Estados Unidos da América sob pretexto de produção de armas de destruição em massa e o segundo em meio a uma interminável disputa de uma rivalidade histórica e sanguinária.

A pergunta que temos que fazer é: qual é o interesse da maioria do povo brasileiro nesta questão internacional que teimam em nós empurrar goela abaixo todas as noites?. Não existem outras notícias de interesse? Ou será que estão querendo desviar nossa atenção para os graves problemas vividos internamente? Principalmente a questão da violência e do pífio crescimento econômico. E as coisas boas que acontecem no país?. Ninguém divulga! As soluções que são dadas, principalmente pelo terceiro setor, com criatividade, até porque a falta de recursos é grande, têm um destaque menor.

Outro fato que impressiona bastante é a propaganda governamental. Um verdadeiro escândalo!. O volume de recursos envolvidos nas propagandas oficiais nos deixa estarrecidos. Primeiro pela cara de pau dos governantes em, literalmente, jogar dinheiro fora. Em segundo lugar: qual é a vantagem de se vangloriar da execução de projetos cujos recursos estão assegurados no orçamento?. Ou seja o Governo deveria ser proibido de fazer propaganda de obras públicas. Estas por si só já a seriam.

É muito fácil fazer obras e ações com dinheiro em caixa. O difícil e ter criatividade para enfrentar os problemas estruturais que nos temos, como por exemplo, ter coragem de baixar a carga tributária e acreditar mais no Brasil e perder o medo de crescer e distribuir renda. Existem segmentos hoje no Brasil aos quais pouco importa se o país está crescendo ou não. Seus altos salários serão depositados do mesmo jeito. Enquanto isso, as empresas, preferem aplicar seus recursos no mercado financeiro ao invés de se arriscarem no árido campo da competição. A própria FEBRABAN, por meio de seu presidente, já deu declarações contra o atual patamar da taxa SELIC. Toda a economia feita pelo Governo com o superávit fiscal foi anulada por esta taxa de juros maluca, que só faz transferir renda dos contribuintes para os aplicadores de dinheiro. Com esta política que está aí, o Brasil vai continuar patinando. Juntando tudo isso com a grave situação da fragilidade da segurança pública e dos alarmantes índices de violência (111 mortes por dia em 2003 por homicídio doloso, 96 tentativas de homicídio diárias e 1693 casos diários de lesão corporal[1]), temos a sensação de que o Iraque é aqui!

(*) Economista – MBA Houston – USA – Presidente da Ong Oportunidade.





[1] Ministério da Justiça - http://www.mj.gov.br/senasp/pesquisas_aplicadas/mapa/rel/b_delit_tab2003.ht

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